Niterói - Sua história já foi contada em vários livros, vai virar filme com Marjorie Estiano, como ‘O Dia Niterói’ mostrou em outubro do ano passado, e está em sua segunda exposição, porém, a primeira em sua cidade natal. Trinta e quatro anos após estrear e há 21 fora do ar, essa niteroiense balzaquiana não sai da memória. A novidadetraz o mais puro espírito da Fluminense FM, carinhosamente chamada de Maldita, que ficou no ar de 1981 a 1994.
“Sempre quis montar uma exposição sobre a rádio em Niterói porque foi aqui que ela nasceu”, orgulha-se o curador da ‘Maldita 3.0 - No Universo da Rádio Fluminense’, Alessandro Alr. O trabalho está em cartaz, de graça, no Centro Cultural dos Correios, no Centro de Niterói, até dia 11 de julho. Alr foi produtor da rádio e também responsável pela primeira exposição sobre a rádio, quando ela completou 30 anos.
Se ler sobre a história da Fluminense FM e ver as fotos da época pelas paredes do segundo andar dos Correio já é uma viagem no tempo para os fãs, imagina ouvir as vinhetas e chamadas dos programas que rolavam, assistir ao que apenas se ouvia e ainda dar uma de locutor numa cabine que simula o estúdio da rádio?
Isso tudo é possível graças aos totens e fones espalhados pelas seis salas que compõem a exposição. O destaque vai para a sala do ouvinte, com um totem enorme simulando uma pilha de fitas K-7, ‘a essência da rádio’, como diz Luiz Antonio Mello, o Lam, criador da emissora.
“Adorei a exposição, feita com muita seriedade e paixão. É maravilhoso uma FM que foi ao ar há 33 anos ainda ser referência. O mais incrível é ver a quantidade de adolescentes que nem sonhavam nascer quando a rádio estourou. Eles ficam ávidos, querem saber o que ‘foi aquilo’, perguntam ‘por que parou?’ É comovente”, diz Lam.
Um desses ‘novos ouvintes’ é o estudante Gabriel Oliveira, de 17 anos. Ele conta que já foi várias vezes à mostra e sempre descobre uma novidade. Uma delas foi o Kiss. “Já conhecia, mas descobri mais coisas a partir da exposição e passei a gostar ainda mais”, conta ele, que elegeu a sala do ouvinte o melhor lugar da mostra.
Instrumentos musicais autografados, claro, não podiam faltar. Um baixo cedido pela Plebe Rude é um deles, além de uma camisa da banda. Um dos ícones do rock dos ano 80, a Plebe foi um dos muitos grupos do rock nacional lançados pela rádio, responsável por divulgar bandas internacionais no Brasil. Guitarras com autógrafo do Oasis, Echo and The Bunnymen e um violão com a assinatura de Cássia Eller, autografado dois dias antes de ela morrer, também estão lá.
Mostra revela discos e shows dos anos 80
A exposição começa com a mostra 80/80. São cartazes raros de discos e shows de várias bandas dos anos 80, todos do DJ José Roberto Mahr. Ele comandou, na Maldita, o programa ‘Novas Ondas’. Ali, os visitantes também podem ouvir as músicas que tocavam no programa, além da vinheta de abertura. A 80/80 comemora os 30 anos de carreira de Mahr. Aberta de segunda a sábado, das 10h às 19h.