Niterói - A sabedoria popular garante que rir é o melhor remédio. E é com base nesta afirmação que diferentes grupos se organizam para levar diversão a pacientes de hospitais. Eles cantam, dançam, tocam, se desdobram para ganhar uma gargalhada dos doentes e seus acompanhantes. Por aqui, os hospitais Azevedo Lima e Antônio Pedro recebem visitas regulares.
Na última quarta-feira, por exemplo, foi dia de Doutores da Alegria no Azevedo Lima. Uma vez por mês uma equipe da ONG se apresenta por lá e por mais sete hospitais públicos. O elenco participante é selecionado por editais lançados uma vez ao ano.
A coordenadora da ONG no Rio, Silvia Contar, explica que eles levam pequenos espetáculos aos hospitais. De acordo com ela, é o dia de alegria do hospital. “O público gosta muito e os profissionais de saúde são só elogios. É muito gratificante”, diz.
A banda Sinfônica Ambulante já participou diversas vezes desde 2013. “É muito bom ocupar culturalmente o ambiente hospitalar, transformando realmente o hospital num espaço de arte e vida. Tem gente que tem seu primeiro contato com instrumentos musicais ali. A criançada, então, curte muito e nos segue pelos corredores do hospital, e os idosos nos emocionam bastante”, afirma o músico Edison Matos.
Outro grupo que dissemina a alegria é o ‘Boa Noite, Bom Dia Huap’. Criado em 2008 por uma alunos e professores da UFF, ele conta com trabalho voluntário de estudantes da área de saúde da universidade. A professora Lenita Lorena Claro é quem está à frente do projeto que vai ao Antônio Pedro duas vezes por semana. Atualmente cerca de 50 alunos se revezam nas visitas que animam a rotina dos pacientes. “Cada dia escolhemos duas ou três enfermarias. E além de facilitar o processo terapêutico, são momentos de relaxamento para os alunos, que têm uma rotina muito pesada”, desta Lenita.
E para os artistas que querem participar: a hora é essa! As inscrições para os Doutores da Alegria 2016 estão abertas até a próxima sexta-feira. Os interessados devem preencher o formulário disponível no site www.doutoresdaalegria.org.br. O valor do cachê de cada apresentação é de R$ 1.228 para espetáculos com até cinco integrantes, R$ 1.535 para peças de seis a dez pessoas e R$ 1.996 para montagens com mais de 10 artistas.
AJUDA NO TRATAMENTO
Os encontros fazem bem aos visitantes, pacientes e familiares. Podem até ajudar no tratamento. Terapeuta ocupacional do Antônio Pedro, Michele Carvalho explica que o momento de lazer diminui o estresse gerado pela internação.
“Ajuda muito no psicológico e no emocional do paciente. Ele fica mais animado, esperançoso, o que facilita o trabalho dos médicos e enfermeiros, que muitas vezes enfrentam resistências para alguns procedimentos”, afirma.
A aluna de Biomedicina Ana Clara Marques, 24, participa do projeto há um ano e faz coro. “Dá pra sentir que o clima muda assim que a gente chega. Estou sem participar há dois meses porque machuquei o pé, mas já estou voltando. Faz muito bem pra gente, é renovador.”, conta.
Reportagem de Marina Rocha