Por rafael.bortoloti
 Niterói - Após três semanas de suspensão de internações e cirurgias, o Hospital Universitário Antonio Pedro retomou as atividades na última segunda-feira. Segundo o diretor da unidade, Tarcísio Rivello, não há mais riscos de interromper o atendimento na casa, mas a crise não é pouca: a previsão é que o Huap já comece 2016 com dívidas que somam cerca de R$ 13 milhões
Antonio Pedro enfrenta dificuldadesEstefan Radovicz / Agência O Dia

O drama no hospital foi discutido na última semana na Câmara de Vereadores. A redução dos repasses federais à instituição foi um dos temas de maior destaque. Dados revelados durante a audiência mostraram que em 2013 os repasses foram de R$ 50 milhões; caíram para R$ 40 milhões em 2014; e foi reduzida para apenas R$ 28 milhões em 2015

Somado às contas no negativo, houve aumento nos preços dos materiais. E a falta de dinheiro fez com que os estoques chegassem perto do zero. Mesmo com aunidade sendo de responsabilidade federal, uma grande ajuda veio da Secretaria de Estado de Saúde, que doou mais de 60 mil itens hospitalares, uma lista que é equivalente a cerca de R$ 77 mil

“Nossa verba está defasada, temos um déficit de R$ 1 milhão mensal. Agora estamos abastecidos, mas ainda não de forma plena”, afirmou Tarcísio Rivello.

A Fundação Municipal de Saúde de Niterói também se comoveu e assinou com o Huap um convênio que permite o repasse de R$ 2,5 milhões mensais do Ministério da Saúde para o hospital. Em contrapartida, ele deve prestar serviços de média e alta complexidade aos usuários dos sete municípios da Região Metropolitana II (Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim

“O HUAP é um hospital de grande relevância para o cuidado em saúde no município de Niterói e na Região Metropolitana. Além do que, é um hospital universitário público tendo como missão formar profissionais de excelência, sempre com o foco no serviço público”, afirmou a prefeitura em nota.
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Assistente administrativa e coordenadora do Sintuff, Lígia Martins diz que o Antonio Pedro precisa de mais dinheiro. “Tudo que o hospital recebe não é suficente. O governo tem que pagar essa conta. Pode faltar dinheiro para tudo, menos para saúde”, disse
Enfermeira do Huap há 32 anos, Wânia Ribeiro Santana, 62, confirma que a crise não chegou ontem. “Já tem meses que não estão remarcando consultas. Para quem precisa de um neurologista agora, por exemplo, só vai conseguir horário para ano que vem. O hospital não devia ter parado as internações, tem mesmo é que reunir recursos”, opinou
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Ambulatório:
Mas as coisas hão de melhorar...está sendo feito ali um novo ambulatório que irá aumentar o espaço físico e o atendimento do hospital em 40%. Vai ficar pronto no segundo semestre do ano que vem. O investimento é de R$ 12 milhões e foi aprovado em 2013. “Agora teremos sala de espera, sala de discussão de casos para alunos e instalações modernas compatíveis com qualquer hospital privado”, destacou o diretor Tarcísio Rivello.
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O novo ambulatório prevê ainda 81 consultórios e salas de exame, construção de sala de medicamentos e pulsoterapia, sala de inalação e salas de serviços. Ficarão dispostos balcões informativos para orientação e atendimento aos pacientes, e salas de espera amplas e confortáveis, o que proporcionará a melhora do fluxo existente, além de gerar rotas de fuga alternativas.