Polo Naval de Niterói: criado para desenvolver o setor no municípioLucas Benevides/Ascom

Niterói – A cidade de Niterói deu mais um grande passo para recuperação da sua indústria naval. Nesta quinta-feira (16), com a presença do prefeito Axel Grael, foi lançado o Polo Naval de Niterói. Com investimentos da Prefeitura e a dragagem do Canal de São Lourenço prestes a acontecer, o setor acelera junto com o poder público, as discussões em busca de união para fortalecer o segmento. A iniciativa foi oficializada durante um café da manhã com empresários do setor no Solar do Jambeiro. Participaram ainda, Karolina Maggessi, coordenadora do Polo, Juliana Ventura (Sebrae) e Walter Lucas da Silva, diretor-presidente do cluster tecnológico Naval do Rio, entre outros.
O polo é uma iniciativa do Ecossistema local de Inovação, conduzido pela Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, para promover inovações para o desenvolvimento de políticas públicas, criando um ambiente favorável à competitividade de mercado, unindo esforços para que os protagonistas da área apresentem e consolidem também junto com o poder público ações que possibilitem a revitalização do setor naval do município.

“A Prefeitura de Niterói está fazendo o seu papel, realizando a dragagem do Canal de São Lourenço, que vai começar em breve. Este processo vai avançar muito mais com a participação organizada de todos os setores interessados. Já temos um Parque Naval em Niterói, com condições de formar mão-de-obra para atender rapidamente à demanda. O cenário é propício, porque a Petrobras está pronta para anunciar novos investimentos na Indústria Naval. Então, temos um ambiente muito favorável com nossos parceiros, incluindo a Firjan, Sebrae e os empresários”, ressaltou o prefeito Axel Grael.
Fazem parte do Polo, a Firjan, o Sebrae e empresários do Setor, Cluster Naval e a Prefeitura de Niterói, por meio de sua Secretaria de Ciência e Tecnologia. Valéria Braga, secretária da pasta, fala sobre como a cidade está se preparando e apoiando inovação de forma sustentável em diversas áreas e que se complementam.“Estamos num momento favorável. Temos cinco eixos dentro do Ecossistema de inovação sendo fortalecidos, que inclui Economia Criativa, Saúde, Tecnologia, Clima e agora o fortalecimento naval. Temos aqui uma gama de pessoas com estruturas portuárias, como a engenharia naval, a logística, os serviços de suprimentos às navegações. Além disso, as ações do poder público para fomentar o desenvolvimento de negócios em Niterói, fazendo com que seja mostrada a verdadeira vocação de Niterói para o desenvolvimento da Economia do Mar”, disse ela.
O 1º vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, considerou a medida um “diferencial estratégico para o setor industrial” e enfatizou que a federação tem atuado fortemente para a retomada do mercado naval. “A indústria naval enfrenta um ambiente de negócios cada vez mais competitivo. Nossa indústria possui um grande potencial de geração de empregos qualificados, com remuneração acima da média, além da demanda constante por inovação”, destacou Caetano, reforçando que a iniciativa tem total apoio da federação.
DRAGAGEM DO CANAL DE SÃO LOURENÇO
A Prefeitura assinou, em setembro, o contrato para a execução da obra de dragagem do Canal de São Lourenço. A intervenção começará em dezembro após a execução do projeto básico de engenharia e será executada pelo Consórcio Fluminense, vencedor da licitação e formado pelas empresas DTA Engenharia Ltda e SK Infraestrutura Ltda. O investimento da Prefeitura é de R$ 138 milhões. A previsão é de término da obra em até 15 meses. A dragagem faz parte do Plano Niterói 450 Anos – e irá ampliar o acesso da infraestrutura aquaviária ao Complexo Industrial e Portuário de Niterói, além de revitalizar todo segmento voltado para Economia do Mar, como os setores de petróleo, gás e pesca. Está prevista a geração de cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.

O desassoreamento do trecho da Baía de Guanabara acontecerá entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói e aumentará de 7m para 11m a profundidade, o que permitirá o aumento da função operacional dos estaleiros, o estímulo a novas construções de embarcações e a movimentação do setor de reparos e offshore.

Para garantir a execução das obras, a Prefeitura de Niterói custeou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) com um investimento de R$ 772 mil. O estudo foi entregue ao Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e, após a análise para liberação das licenças, os resultados foram apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) aos órgãos do Governo Federal.