Niterói - Foi dado mais um passo para que a indústria pesqueira de Niterói seja revitalizada. Dentro de um projeto ligado a diversas vertentes da economia do mar, a Prefeitura de Niterói mantém o apoio ao segmento em busca de novas modelagens para alavancar o setor a partir da implementação do Entreposto de Pesca do Barreto. Durante esta semana, foi realizado um curso de formação de Aquaviários Pescador Profissional Nível Um. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEM) está buscando novos parceiros para ajudar a qualificar o segmento para o novo empreendimento. Niterói é a segunda cidade do país em números de pesca extrativa marinha.
As aulas foram realizadas para 43 pescadores, experientes e iniciantes, com o objetivo de qualificar os profissionais. A etapa de qualificação conta com parceiros como a Prefeitura de Niterói; o Sindicato dos Pescadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Siperjes); o Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj); a Capitania dos Portos e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
“Estamos fazendo a nossa parte. Cada um na sua área. Esse curso é fundamental para o resgate do município nesta vocação de Niterói. Vamos incrementar esse mercado. Já compramos a área de Docas e municipalizamos o entreposto. A pesca é um setor proeminente e queremos resgatar esse protagonismo. A qualificação é essencial. Estamos buscando mais parceiros como o Sebrae. Queremos criar uma modelagem em conjunto que atenda ao setor, já que podemos futuramente ter a escola de pesca nos moldes de Nazaré, em Portugal”, explicou Igor Baldez, sub-secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói.
O presidente do Sindicato dos Pescadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Siperjes), Maxuel José Monteiro da Costa, afirma que o Estado do Rio é o maior consumidor de peixe fresco do Brasil. “Um ponto importante do curso é a capacitação desses pescadores para trabalhar embarcados de acordo com as regras da Capitania dos Portos. Apesar de os pescadores trabalharem há muitos anos na função, o conhecimento detalhado das normas e equipamentos de bordo são importantes. Com a dragagem, teremos o Terminal. Ali poderemos comercializar, realizar leilões online e fazer o peixe chegar mais rápido às peixarias. Temos uma demanda grande e toda uma cadeia produtiva. O Terminal será essencial. Temos que nos preparar”, destacou Maxuel Monteiro da Costa.
Dados do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj) sobre a pesca extrativa marinha do Brasil mostram que Niterói está em segundo lugar na atividade no país, atrás apenas de Itajaí, em Santa Catarina. A cidade é líder no estado com uma produção média anual de 31.400 toneladas, seguida por Angra dos Reis e Cabo Frio. No entanto, boa parte do produto é comercializada em outros estados por conta da falta de um espaço com condições para o desenvolvimento da atividade da pesagem à distribuição.
“Estamos buscando regularizar e qualificar os pescadores que trabalham em nossas embarcações. Estamos nos aproximando com todos para, com essa parceria, estarmos mais bem preparados. Temos esse convênio com a Capitania dos Portos para oferecer os cursos. O Sindicato dos Pescadores e a Prefeitura de Niterói vêm trabalhando conosco nos projetos para o Terminal. Profissional regulamentado é qualificado”, afirmou José Ignácio Figueiredo do Couto, presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj).
Atualmente, no Rio de Janeiro, são cerca de 140 barcos de pesca industrial filiados ao Saperj com mil pescadores embarcados. A região de mar aberto próxima a Niterói é considerada uma das melhores do país, já que produz pescados nobres. Wellington Manoel tem 24 anos, trabalha embarcado e espera um avanço do setor pesqueiro em Niterói. “É um momento muito importante para nós pescadores. Uma evolução no nosso rumo de trabalho. Estamos muito felizes com essas oportunidades que temos e que vamos ter”, disse Wellington Manoel.
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