Por marlos.mendes

Mariana (Minas Gerais) - O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, disse neste sábado que a mineradora Samarco errou na tentativa de informar os moradores sobre o rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues. “A verdade precisa ser dita e as responsabilidades apuradas”, destacou.

Duarte avaliou que a decisão da mineradora de telefonar para a Defesa Civil, para a prefeitura e para líderes comunitários não foi adequada, porque a lama chegou ao povoado em cerca de dez minutos. "Foi muito falha essa forma de comunicação. O ideal era que houvesse uma sirene, um botão de pânico".

Segundo o prefeito, no momento em que houve o rompimento da primeira barragem, a água desceu com muita força e se sobrepôs ao volume acumulado na segunda barragem.

“Foi uma avalanche de lama, uma coisa impressionante”, disse. "Bento Rodrigues não existe mais. Fico imaginando como essa história vai continuar. A situação é bem difícil, completou.

Área destruída por rompimento de barragem em Mariana, Minas GeraisAgência Brasil

O prefeito destacou que algumas pessoas permanecem ilhadas, mas que não é possível precisar o número no momento. Ao todo, 543 moradores de Bento Rodrigues foram instalados em hotéis de Mariana.

Bombeiros e Exército ainda buscam desaparecidos

Homens do Corpo de Bombeiros e do Exército seguem desde as 6h de hoje (7) no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), na tentativa de encontrar sobreviventes do rompimento de duas barragens da mineradora Samarco.

O sargento bombeiro Claudiney Vasconcelos relatou que o cenário no povoado atingido é de muita lama e desolação. Nas próximas horas, novas máquinas devem ser levadas ao local na tentativa de ampliar o acesso dos militares aos locais de busca.

"As máquinas vão tentar reconstruir a estrada. No momento, apenas caminhonetes e carros tracionados conseguem passar", disse.

Outra tarefa da equipe consiste no resgate de animais que sobreviveram à avalanche de lama, mas permanecem isolados. “Não temos hora para encerrar a operação hoje”, explicou o sargento.

Eliane Agostinho Serra, 44 anos, conseguiu salvar a casa e toda a família da tragédia, mas se preocupa com os três cachorros e as galinhas que permanecem isolados no local.

"Minha irmã deu comida e água para todos eles ontem, mas as vasilhas são pequenas. Estamos aguardando liberação para ir até lá", disse. “Não tem jeito, a gente se preocupa com animais também”, concluiu.

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