Por leandro.eiro

Rio - Andar no Chevrolet Volt durante cinco dias no Rio, tomado pelos fiéis e boas energias do Papa, foi uma experiência que nos remeteu ao início do automóvel, onde as dúvidas eram maiores que as certezas e a promessa de um futuro mais veloz no século XX aparecia no horizonte.

Chevrolet Volt%3A aceleração radical e ruído próximo do zeroJoão Laet / Agência O Dia


Hoje, quando a espera de uma energia mais limpa na propulsão dos carros parece tomar forma, são inúmeras as apostas. O Chevrolet Volt, um sucesso nos EUA, onde é vendido por preço subsidiado de 32 mil dólares é um carro agradável, com aceleração radical e nível de ruído próximo do zero. Opção tecnológica diferente dos híbridos e elétricos puros, o Volt é um ‘elétrico de autonomia estendida’. O nome comprido justifica a existência de um pequeno motor 1.4 de 85 cv, a gasolina, montado sob o capô, que funciona apenas como gerador estacionário. Este gerador, combinado com a carga total das baterias, consegue levar o Volt a 563,27 quilômetros, medidos em condições ótimas. Só nas baterias, ele anda quase 80 quilômetros.

O motor de propulsão, elétrico de 149 cv, sobra no carrão. Tal conceito o viabiliza nas grandes distâncias do Brasil, onde os elétricos puros têm autonomia curta e só rodam nas cidades. Neste Chevrolet, a proposta da propulsão elétrica entrega agilidade de motocicleta, embora haja a necessidade de se reaprender a dirigir.

Ergonomia e posição de dirigir excelentes com informações completas%2C em telas%2C sobre as condições da bateria%2C gasolina e até da validade do óleoDivulgação


Os freios, por exemplo, são regenerativos e recarregam a bateria. Por isso, frear antes do sinal fechado recupera energia. Pesado, com 1.694 quilos, exige aceleração contida e calma nas curvas, pois não tem o freio motor. Por conta disso, consome mais pneus e só leva quatro ocupantes, pois a bateria, que pesa 191 quilos, tem formato de T e fica entre o túnel central e os bancos traseiros. A garantia dela é de oito anos ou 100 mil milhas — cerca de 160 mil quilômetros.

Durante o teste sentimos dificuldade de reabastecer de eletricidade, pois o único posto no Rio, na Lagoa, não tem como cobrar e a carga rápida ainda não funciona. Na Barra, no posto BR do futuro, as tomadas eram ocupadas por carros a espera da lavagem e o gerente informou que “aquilo não funciona”, em clara falta de expectativa com o futuro e alinhamento com a estatal.

Com a gentileza de concessionários conseguimos alguma eletricidade para o nosso ‘celular’ com rodas, que leva entre 10h e 12 h para obter carga total em corrente de 127 V e 4 h em corrente de 240 V. Só um detalhe. As tomadas devem ser aterradas. E, no Brasil, esta norma de segurança raramente é seguida.



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