Por leandro.eiro

Una (Bahia) - O conhecido e batido ditado ‘em time que se está ganhando não se mexe’ cai por terra quando o assunto é a Fiat Strada. Afinal, para manter a liderança no segmento de picapes compactas, a marca resolveu inovar e passou a adotar uma terceira porta na versão com cabine dupla do modelo — está presente na Working, Trekking e na topo de linha Adventure.

Nova Strada inova para manter liderança no segmento de picapes levesDivulgação


E a solução encontrada realmente facilita o acesso de quem vai viajar no banco de trás. Foi o que pudemos perceber aqui em Una, cidade do sul da Bahia. Como o espaço para entrar dobrou — de 0,50 m² foi para 1 m² — há muito menos esforço para se acomodar no assento traseiro, sem precisar fazer contorcionismos como acontecia no antigo modelo da Strada. Ponto extremamente positivo.

Mas viajar lá atrás ainda pode ser cansativo em longos trechos. Isso porque o espaço é exíguo e comportam apenas dois adultos com menos de 1,80 metros. Além disso, as pernas vão grudadas na parte traseira do banco dianteiro, o que gera desconforto a bordo — cabeça algumas vezes pode encostar no teto.

Já quem viaja na frente não sofre. A Strada mantém ergonomia na medida certa. Foi o que constatamos nas três diferentes versões testadas da picape. Afinal, tanto a Working, a Trekking e a Adventure contavam com ajustes de altura do banco do motorista. Assim, fica fácil encontrar posição de dirigir confortável, com comandos ao alcance das mãos — na Working não há coluna de direção ajustável em altura e bem que poderia ter ajuste de profundidade na Trekking e na Adventure.

Nos cerca de 50 km com cada uma das versões, percebemos que alguns predicados da Strada foram mantidos. Um deles é o isolamento acústico. Outro ponto positivo são os materiais plásticos e emborrachados que não apresentam rebarbas aparentes e são agradáveis ao toque. Um senão é a retrovisão, que é atrapalhada por uma das barras de proteção do vidro traseiro, que obstrui a visão.

Strada mantém ergonomia na medida certaDivulgação


Desempenho

Sem caronas ou malas ou objetos na caçamba, as motorizações responderam satisfatoriamente. Mesmo o propulsor 1.4 l da Working, com 86 cv de potência máxima, não decepcionou. Valente, entregava respostas rápidas para retomadas seguras. Também se garante bem o 1.6 l da Trekking. Com 117 cv, a unidade está sempre pronta às exigências do motorista. Já na Adventure, o 1.8 l com 132 cv é ágil nas acelerações e, quando solicitado, tem fôlego para ultrapassagens sem sustos.

Contribui também para o desempenho vigoroso das motorizações o câmbio manual bem escalonado de cinco marchas — não andamos na versão Dualogic da Adventure. Um problema da transmissão, contudo, é que os engates são um pouco imprecisos, com uma certa folga nos encaixes.

No quesito suspensão, todas as três versões mantiveram a boa calibração. O conjunto é capaz de absorver com louvor as irregularidades do asfalto e dos pequenos trechos de terra com diversos buracos. Incômodo mesmo só o comportamento nas curvas, onde a carroceria insiste em oscilar mais do que o conveniente, o que gera certo desconforto ao motorista.

Capacidade volumétrica foi elevada em todas as versõesDivulgação


Treze anos de liderança

A Fiat Strada é líder no segmento de picapes compactas — há treze anos é a primeira do ranking. Segundo a Fenabrave, entre janeiro e setembro de 2013 são mais de 95.777 emplacamentos, com 50,99% de participação. Em segundo, a Volkswagen Saveiro, com 53.585 unidades vendidas e 28,53%.

Na terceira posição fica a GM Montana, com 34.559 unidades e participação de 18,40% no período. O quarto lugar é ocupado pela Ford Courier, já descontinuada, mas com 3.040 emplacamentos e 1,62%, índice mais alto que o da Peugeot Hoggar, que em 2013 vendeu só 566 unidades e obteve 0,30%.

Nova Fiat Strada 2014Divulgação


Você pode gostar