Rio - A proposta de fazer do Palio Fire o mais barato do Brasil teve como caminho natural o segundo substituto ao Mille. Como o Mille Way tinha 55% do mercado do Mille, o Palio Way poderá chegar a patamares semelhantes, mesmo que custe R$ 1.070 a mais que a versão ‘careta’, diferença que pesa no segmento de entrada. Ele sai por R$ 27.860 básico, tem 17 quilos a mais que o Palio Fire e totaliza 967 quilos, bom peso para o pequeno motor 1.0 de 75 cv.
Além do visual ‘arretado’, que foca no público do interior, notadamente do Nordeste, e atende ainda a mineradoras, fazendas de produção etc, o Palio Way ficou 1,5 cm mais alto, com novas molas, amortecedores, rodas e pneus aro 14.
No câmbio, tem a segunda marcha mais curta para dar agilidade e a quinta mais longa, pela economia. Tudo vende uma imagem de esportividade, apoiada por faróis e lanternas com máscara negra e alargadores de para lama, o que, segundo o marketing da fábrica, ajuda a emplacar entre os que querem o primeiro carro da família, mas não abrem mão do diferencial.
Na cidade, ágil, o Palio se encaixa bem em vagas e no tráfego apertado. É prático e de baixo custo. A suspensão mais alta melhora a transposição de típicos obstáculos urbanos, como buracos e lombadas.
Pegando a estrada
Na estrada, admitidos os próprios limites de um carro 1.0, ele vai bem, desde que não esteja lotado. Econômico, demora a descer o ponteiro, quando abastecido com gasolina. No etanol é naturalmente mais guloso, embora consiga render mais potência, o que faz diferença para seu motor leve.
Nas curvas da serra, a carroceria aderna, apesar dos amortecedores especiais com molas no seu interior, desenvolvidos para minimizar este efeito indesejável. Os faróis, na posição padrão, ofuscam um pouco quem vem no sentido contrário. Merecem uma regulagem mais fina ainda na fábrica.
O painel, mais bem resolvido que o do Fire, ficou agradável e ganhou conta-giros. Os comandos são acessíveis e a ergonomia é muito boa, apesar da regulagem manual dos retrovisores. Os acabamentos são simples, com plástico duro mas não comprometem a proposta. Na mala, entretanto, a cobertura do estepe com um carpete fino e desajeitado ficou tosca demais.
Na onda dos aventureiros de asfalto
Pouca gente lembra, mas a onda dos adereços fora-de-estrada surgiu na fábrica da Fiat, em Betim, com um conceito do que seria a Palio Adventure. Plásticos em profusão, proteção dos faróis e suspensão elevada estavam no conceito que tomou o mundo. Hoje, modelos Peugeot e Audi vendidos na Europa são assim. Todos têm um espírito de aventura.
