Por tamyres.matos

Bolívia - O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu desculpas nesta sexta-feira ao governo brasileiro pela revista feita em 2011 em La Paz no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que tinha a bordo o ministro da Defesa, Celso Amorim. A ação não foi autorizada por Amorim e é considerada pela democracia brasileira violação da imunidade de avião oficial brasileiro.

“Desculpas ao povo brasileiro, a seu governo. Não foi instrução do presidente, do vice-presidente, nem do gabinete. Sinto que alguns oficiais exageraram. Sob pretexto de luta contra o narcotráfico, não respeitam os aviões oficiais”, disse Evo ontem. Segundo ele, os responsáveis serão punidos.

O caso levou o Brasil a fazer uma queixa formal ao governo boliviano e avisar que, se algo parecido acontecer de novo, será aplicado o “princípio da reciprocidade”. Significa que o Brasil passará a fazer o mesmo com aviões oficiais bolivianos.

A revista à comitiva de Amorim veio à tona no início do mês, quando o avião presidencial de Evo foi impedido de usar o espaço aéreo de quatro países europeus por suspeita de trazer a bordo de Moscou o ex-agente da CIA Edward Snowden, que denunciou atos de espionagem dos EUA contra brasileiros. A denúncia não se confirmou, e o caso também virou incidente diplomático.

Também ontem, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, ligou para a presidenta Dilma Rousseff e pediu desculpas pelos atos de espionagem contra brasileiros. Biden disse que “lamenta muito” a repercussão e reiterou convite para uma delegação brasileira ir aos EUA ouvir “explicações técnicas”. Dilma, que visitará Barack Obama em outubro, confirmou que enviará o grupo.

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