O ataque de tubarão que levou a morte de uma jovem em uma praia do Recife fez com que o Ministério Público de Pernambuco recomendasse nesta terça-feira ao governo do estado a interdição de praias nos períodos mais propícios ao ataque.
O promotor Ricardo Coelho, que é autor do pedido, disse que não é uma proibição para o ano inteiro, nem para todo o litoral, mas sim aos locais específicos e períodos do ano em que essa interdição deve ocorrer.
Na prática, o que o MPPE quer é que os bombeiros e salva-vidas tenham o poder legal de impedir o acesso das pessoas às praias. Segundo o promotor, a população local respeita a proibição, porém muitos turista acabam entrando no mar mesmo com o aviso.
Tragédia no mar
A paulista Bruna Silva Gobbi, 18 anos, estava com uma prima quando foi atacada na tarde desta segunda-feira, na praia de Boa Viagem. A correnteza arrastou Bruna e a prima para dentro do mar.
Elas não sabiam nadar e pediram ajuda. Um dos salva-vidas se aproximou das duas com um jet-ski e resgatou a amiga. Pouco depois, Bruna foi atacada. Uma enorme mancha de sangue aparece no mar.
A paciente chegou ao Hospital da Restauração (HR) com a pressão a zero, em um estado extremamente grave. A lesão apresentada no membro foi muito extensa. Pedaços da musculatura e do tecido ósseo foram perdidos, informou a cirurgiã vascular Maria Cláudia Albuquerque.
A informação da morte da vítima foi confirmada pela assessoria de imprensa do Hospital da Restauração (HR), nesta terça-feira. Ainda não há informações sobre traslado do corpo, velório e enterro.
Esse foi o 59º ataque de tubarão no litoral pernambucano e a 24ª morte, desde 1992, quando teve início a contagem desse tipo de incidente. Desse total, 35 vítimas dos tubarões em Pernambuco sobreviveram e 24 pessoas morreram após serem mordidas pelos animais.