Por bferreira

Rio - Por mais que Eduardo Paes repita que quer chegar ao fim de 2016 consagrado como o prefeito das Olimpíadas, há no PMDB uma turma que está convencida de que ele seria a única possibilidade de o partido ganhar a corrida pela sucessão de Sérgio Cabral ano que vem.

Paes sabe que colar sua imagem à de Cabral ano que vem não é boa ideiaPaulo Alvadia / Agência O Dia

A tese ganha força com o desgaste de Cabral, o que acerta em cheio a pré-candidatura de Luiz Fernando Pezão. Tem gente no partido apostando que a pressão para Paes virar o salvador da Pátria só tende a aumentar.

Braço direito do prefeito, o secretário da Casa Civil, Pedro Paulo Teixeira, confirma que o grupo pró-Paes está se movimentando internamente e já o apelidou carinhosamente de “clube dos desorientados”.

“Não há hipótese de Eduardo ser candidato em 2014. Se antes era muito arriscado, agora é ainda mais”, diz Pedro Paulo, referindo-se ao estrago que os protestos fizeram aos políticos, muito mais a quem está no governo. O secretário lembra que, ficando até o fim do mandato, Paes tem uma chance valiosa de recuperar sua imagem e, de quebra, se cacifar para ser candidato ao governo em 2018.

O presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani, mantém a fé e se fia na convicção de que a Era Cabral ainda tem um legado positivo se comparado aos antecessores — Rosinha e Anthony Garotinho (PR). E, como se já não tivesse problema suficiente, Picciani tem passado mais tempo do que desejaria desmentindo reunião com o senador Lindbergh Farias (PT) para conspirar contra Cabral. Na guerra de informação e contrainformação, Picciani precisa ficar repetindo que não teve e nem pretende se reunir com o petista. Lindbergh também nega a reunião e que tenha intenção de negociar com o PMDB.

Por enquanto, naturalmente.

Lindbergh em busca do Solidariedade

Por falar em Lindbergh, o senador vai estar hoje em São Paulo para o Congresso Nacional da Força Sindical. Vai conversar com o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT), que quer formar um novo partido, o Solidariedade.

Lindbergh gostaria de ter a nova legenda a seu lado no Rio e já, inclusive, sondou o deputado estadual Pedro Fernandes (PMDB) para ser seu vice. “Pedrinho” — como Lindbergh o chama — é do partido de Cabral, mas tem se sentido desprestigiado. Por isso, está recolhendo assinaturas no Rio para a formação do Solidariedade. Ele acha que não tem futuro no PMDB de Cabral, Pezão e Paes.

Claro que Lindbergh, em plena movimentação para fechar alianças, age com cautela: “Ainda tem muito tempo. Ainda é muito cedo para decidir.”

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