Por bferreira

Rio - Vale para os negócios, vale para a política: o combinado nunca sai caro, o combinado não dói em ninguém. Eduardo Paes (PMDB) e Adilson Pires (PT) já decidiram que, se ano que vem seus partidos decidirem que vão, mesmo, se enfrentar nas urnas na corrida para governador, cada um vai para seu lado. Mas só quando não estiverem trabalhando: fora do horário de expediente, Eduardo vai fazer campanha para Luiz Fernando Pezão; e Adilson, a de Lindbergh Farias. E vida que segue, normalmente, na parceria PMDB-PT na prefeitura.

O acordo dos dois é manter o alto nível da campanha para que, se Pezão ou Lindbergh ganhar, não fiquem traumas que prejudiquem uma composição para governar o estado em parceria de novo. Claro que isso tudo pode mudar na reta final, quando os ânimos ficam acirrados e a campanha entra naquela clima de vale tudo para denegrir o passado do adversário. Não é segredo para ninguém que já há no PMDB e no PT tropas colecionando munição para a guerra em 2014.

Com o cenário político muito embolado pelo desgaste de Sérgio Cabral (PMDB), ninguém ainda sabe exatamente quem concorrerá. Mas, quanto mais os protestos enfraquecem o governador, mais os petistas acalentam o sonho de Lindbergh ser o candidato da base. Neste caso, o que mais faz sentido, por enquanto, seria Lindbergh como vice do PMDB. Resta saber se Lindbergh iria gostar da ideia. Aliás, resta saber se Lindbergh estaria livre para opinar.

E, como nada é tão ruim que não possa piorar, Pezão acaba de ser multado em R$ 125 mil pelo TRE por propaganda antecipada em programa do PMDB em 15 de março.

Cabral se inspira em Paes

Sérgio Cabral deu ontem mais sinais de que é um ‘novo homem’ depois da visita do Papa Francisco. Ao ir a Campo Grande no dia de uma tragédia, Cabral ‘roubou’ de Eduardo Paes um hábito do prefeito que costuma ser avaliado como positivo: estar ao lado do povo em momentos difíceis. Quando um prédio desabou em 2012 e matou 17 pessoas, Paes correu para o local. No dia em que as chuvas mataram 53 em Angra dos Reis em 2010, Cabral custou a entrar em cena e foi muito cobrado.

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