Por helio.almeida
Militares eram considerados excelentes e o garoto sem problemas na escola ou na famíliaReprodução Internet

São Paulo - Fica cada vez mais intrigado o caso do garoto suspeito de assassinar a família e depois se matar. A polícia Civil de São Paulo agora investiga se a diretora da escola onde estudava Marcelo Pesseghini, de 13 anos, era uma das vítimas que seriam mortas pelo adolescente. Os agentes ouviram os amigos do garoto, que disseram que ele criou um grupo chamado "Os Mercenários", insoirado do jogo Assassins Creed.

Segundo o delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), haviam uma lista com nomes que deveriam ser mortos. Um dos nomes seria o da diretora do Colégio Stella Rodrigues, Maristela Rodrigues. No jogo, ganhariam pontos quem matasse parentes, assim como o game. Para os colegas, no entanto, não havia intenção de ser colocado em prática, mas o grupo seria apenas uma diversão.

Influência dos games

O presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), o advogado Arles Gonçalves Júnior, afirmou que os depoimentos prestados revelam que o menino apresentou uma mudança de comportamento influenciada pelo jogo de videogame. Das 31 pessoas ouvidas pela polícia, seis eram amigos de Marcelo Pesseghini.

A desenvolvedora de games Ubisoft, criadora do jogo Assassin´s Creed, repudiou a ligação entre o jogo e o assassinato, alegando que nenhum estudo até agora realizado há consenso sobre a associação entre a violência e obras de ficção, incluindo livros, séries de televisão, filmes e jogos.

Médica irá depor

A médica Neiva Damasceno, que cuidava de Marcelo, deverá depor nesta quinta-feira. A investigação quer saber se os medicamentos tomados por Marcelo poderiam influenciar no comportamento dele. Neiva já havia afirmado em entrevistas que os remédios não alteravam o comportamento. O adolescente tinha fibrose cística, que não tem cura e pode levar a morte precoce. Os laudos técnicos devem ficar prontos no fim do mês.

Para a polícia, Marcelo matou o pai, o sargento da Rota Luís Pesseghini, a mãe, a cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, a avó Benedita de Oliveira Bovo, e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva entre a noite do dia 4 e a madrugada do dia 5. A investigação aponta que, depois, Marcelo foi para a escola com o carro da mãe de madrugada, assistiu às aulas pela manhã, retornou de carona para a residência da família na Brasilândia, e se matou.

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