O Corpo de Bombeiros de São Paulo continua, na manhã desta quarta-feira, as buscas por operários desaparecidos em obra que desabou na zona leste da capital. No final da madrugada, foi resgatado o 8º corpo sob os escombros e outras 26 pessoas já haviam sido removidas para hospitais da região.
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, a corporação não tem a confirmação exata de quantas vítimas estejam nos escombros, mas segundo relatos de sobreviventes, pelo menos outras duas pessoas estariam desaparecidas.
![](http://static0.odia.com.br/di/65/n0/di65n0wcll354pyxwkzgsm6d2.jpg)
Na noite desta terça, um dos funcionários da obra, chamado Rubens, sobrevivente do desabamento, voltou ao local do acidente para ajudar na localização dos desaparecidos. Segundo os bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 8h30 em uma estrutura localizada na avenida Mateo Bei, nº 2.300
"O trabalho do Rubens com a chefia que é responsável pela operação está sendo muito bem conduzido. Ele está passando operações procedentes da localização das vítimas, por exemplo, o que estavam fazendo, como o reforço na estrutura dos pilares, que são os elementos estruturais que ficam presos às fundações e dão sustentação à própria estrutura. Ele passou a localização dessas pessoas exatamente onde os cães estão indicando que há presença humana", disse Palumbo.
Número de vítimas deve subir
O capitão Marcos Palumbo afirmou que a baixa visibilidade e o difícil acesso dificultam os trabalhos. "Infelizmente o número de vítimas vai aumentar". E os trabalhos de resgate com instrumentos leves devem seguir por 24 horas para então ser utilizado o maquinário pesado para limpar o local.
Ao todo, 35 funcionários trabalhavam no local quando a estrutura cedeu. O edifício que desabou tinha dois pavimentos e estava em construção há três meses. Entre as vítimas fatais, segundo Palumbo, três corpos foram resgatados e outros três ainda estariam entre os escombros.
O número de atingidos encontrados com vida chega a 24. Todos foram encaminhados aos hospitais Santa Marcelina, São Miguel, Sapopemba e Tatuapé com ferimentos leves a moderados. Uma das vítimas manteve contato com os bombeiros via celular e foi socorrida . O jovem de 24 anos chegou a indicar o local onde estava soterrado.
![](http://static0.odia.com.br/2d/ws/db/2dwsdbv2c1jfpm88tb4a8xx48.jpg)
Todas as pessoas envolvidas seriam operários que trabalhavam durante o colapso. Os bombeiros estão no local com 23 viaturas com 73 homens, dois helicópteros Águia da Polícia Militar e cães farejadores para o trabalho de resgate. Pessoas que estavam no entorno também receberam os primeiros socorros.
Ainda não há confirmações sobre o que teria causado o desabamento. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditou a avenida nos dois sentidos e isolou a região. Equipes da Eletropaulo, Sabesp e Congás estão no local e apoiam atendimento.
Ao menos seis imóveis, quatro residenciais e dois comerciais, foram interditados por terem a estrutura comprometida. Segundo o coordenador da Defesa Civil, José Koki Kato, 15 pessoas foram afetadas e serão cadastradas pela secretaria de Assistência Social. Oito carros, cinco de moradores e três que estavam estacionados na rua, foram atingidos pelos escombros.
Irregularidades e aluguel
A Prefeitura de São Paulo informou que a obra realizada no terreno de São Mateus estava irregular. Segundo o órgão, a empresa responsável pela obra foi multada duas vezes por irregularidades e deveria apresentar um novo pedido de álvará para iniciar a construção. Por nota, a prefeitura informou que o responsável pela construção não apresentou um pedido de Alvará de Execução. Portanto a obra estava em situação irregular.
O imóvel seria alugado para ser uma loja da rede Magazine Torra Torra. Segundo nota para a imprensa, a empresa informou que o imóvel não era de propriedade da rede, que só assumiria a fase final de acabamento da construção após um laudo comprovar a segurança da obra. "[...] rede somente assumiria finalizadas as obras estruturais, pelo proprietário. Dessa forma, o Magazine Torra Torra não tem nenhuma responsabilidade sobre a parte de engenharia civil", disse a empresa.
Com iG e Agência Brasil