Por helio.almeida

O Corpo de Bombeiros de São Paulo continua, na manhã desta quarta-feira, as buscas por operários desaparecidos em obra que desabou na zona leste da capital. No final da madrugada, foi resgatado o 8º corpo sob os escombros e outras 26 pessoas já haviam sido removidas para hospitais da região.

Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, a corporação não tem a confirmação exata de quantas vítimas estejam nos escombros, mas segundo relatos de sobreviventes, pelo menos outras duas pessoas estariam desaparecidas.

Automóveis que estavam próximos ao prédio também foram atingidosAgência Brasil

Na noite desta terça, um dos funcionários da obra, chamado Rubens, sobrevivente do desabamento, voltou ao local do acidente para ajudar na localização dos desaparecidos. Segundo os bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 8h30 em uma estrutura localizada na avenida Mateo Bei, nº 2.300

"O trabalho do Rubens com a chefia que é responsável pela operação está sendo muito bem conduzido. Ele está passando operações procedentes da localização das vítimas, por exemplo, o que estavam fazendo, como o reforço na estrutura dos pilares, que são os elementos estruturais que ficam presos às fundações e dão sustentação à própria estrutura. Ele passou a localização dessas pessoas exatamente onde os cães estão indicando que há presença humana", disse Palumbo.

Número de vítimas deve subir

O capitão Marcos Palumbo afirmou que a baixa visibilidade e o difícil acesso dificultam os trabalhos. "Infelizmente o número de vítimas vai aumentar". E os trabalhos de resgate com instrumentos leves devem seguir por 24 horas para então ser utilizado o maquinário pesado para limpar o local.

Ao todo, 35 funcionários trabalhavam no local quando a estrutura cedeu. O edifício que desabou tinha dois pavimentos e estava em construção há três meses. Entre as vítimas fatais, segundo Palumbo, três corpos foram resgatados e outros três ainda estariam entre os escombros.

O número de atingidos encontrados com vida chega a 24. Todos foram encaminhados aos hospitais Santa Marcelina, São Miguel, Sapopemba e Tatuapé com ferimentos leves a moderados. Uma das vítimas manteve contato com os bombeiros via celular e foi socorrida . O jovem de 24 anos chegou a indicar o local onde estava soterrado.

Mais de vinte pessoas foram resgatadas com vida pelos bombeiros. Prédio desabou por volta das 8h30 desta terça-feiraAgência Brasil

Todas as pessoas envolvidas seriam operários que trabalhavam durante o colapso. Os bombeiros estão no local com 23 viaturas com 73 homens, dois helicópteros Águia da Polícia Militar e cães farejadores para o trabalho de resgate. Pessoas que estavam no entorno também receberam os primeiros socorros.

Ainda não há confirmações sobre o que teria causado o desabamento. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditou a avenida nos dois sentidos e isolou a região. Equipes da Eletropaulo, Sabesp e Congás estão no local e apoiam atendimento.

Ao menos seis imóveis, quatro residenciais e dois comerciais, foram interditados por terem a estrutura comprometida. Segundo o coordenador da Defesa Civil, José Koki Kato, 15 pessoas foram afetadas e serão cadastradas pela secretaria de Assistência Social. Oito carros, cinco de moradores e três que estavam estacionados na rua, foram atingidos pelos escombros.

Irregularidades e aluguel

A Prefeitura de São Paulo informou que a obra realizada no terreno de São Mateus estava irregular. Segundo o órgão, a empresa responsável pela obra foi multada duas vezes por irregularidades e deveria apresentar um novo pedido de álvará para iniciar a construção. Por nota, a prefeitura informou que o responsável pela construção não apresentou um pedido de Alvará de Execução. Portanto a obra estava em situação irregular.

O imóvel seria alugado para ser uma loja da rede Magazine Torra Torra. Segundo nota para a imprensa, a empresa informou que o imóvel não era de propriedade da rede, que só assumiria a fase final de acabamento da construção após um laudo comprovar a segurança da obra. "[...] rede somente assumiria finalizadas as obras estruturais, pelo proprietário. Dessa forma, o Magazine Torra Torra não tem nenhuma responsabilidade sobre a parte de engenharia civil", disse a empresa.

Com iG e Agência Brasil

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