Por helio.almeida

Santa Catarina - A CPI da Exploração Sexual fez uma diligência em Florianópolis, (SC), nesta sexta, para investigar e ouvir, em sigilo, envolvidos no caso do ex-deputado estadual Nilson Nelson Machado, o Duduco, acusado de maus tratos e abusos sexuais. O ex-deputado ganhou destaque por desenvolver projetos sociais e cuidar de crianças carentes em um lar-abrigo, a Creche do Duduco, trabalho que dura mais de 30 anos. Algumas crianças foram adotadas por ele e o denunciaram. A CPI, presidida pela deputada federal Érika Kokay (PT-DF), formalizou um pedido de proteção policial para a advogada das vítimas Jackie Franciele Anacleto.

Relatora da CPI, a deputada federal Liliam Sá (PR-RJ) foi ao Tribunal de Justiça do estado e pediu ao presidente, desembargador Claudio Dutra, que faça um levantamento sobre as adoções feitas por Duduco, a fim de verificar se são legais. A deputada estranhou o fato de Duduco ter adotado há mais de 20- um dos adotados tem 28 anos – já que naquela época as adoções geralmente eram feitas por casais.

Já na visita da Comissão à Procuradoria Geral do Estado, ficou acertado que o promotor de justiça criminal da capital, Rafael de Morais Lima, vai ajuizar o caso no início de setembro, ou seja vai acatar a denúncia.

Na 6ª DP, Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente e à Mulher, onde está registrado o caso, impera a falta de estrutura. “A delegacia tem dois cartórios. Um tem um escrivão para 1.200 processos e o outro tem 1000 processos e nenhum escrivão”, disse a deputada Liliam Sá.

Segundo a promotora de justiça da Infância e da Juventude da Capital, Cristiane Rosália Maestri, só este ano o Disque 100 enviou, para a Promotoria, 255 casos registrados de violência sexual em Santa Catarina.

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