Por helio.almeida
ChampignonReprodução Internet

São Paulo - Uma fita cassete com músicas do Charlie Brown Jr. acabou caindo nas mãos do produtor musical Tadeu Patolla em meados dos anos 1990. "Estava no lugar e na hora certos", relembra o produtor sobre o momento em que descobriu a banda e conseguiu viabilizar o que viria a ser uma carreira de sucesso.

"Eu era casado e o Champignon começou a namorar a minha cunhada. Um dia ele me mostrou uma fita do Charlie Brown Jr.. Eu já produzia bandas. Resolvi adotá-los como uma aposta", conta, sobre o acerto que revelou o grupo de Santos.

Sobre a morte do amigo Champignon, Patolla diz não ter percebido nenhum sinal de uma depressão que teria levado o músico a cometer suicídio. "O Champs veio aqui na minha casa, onde tenho um estúdio, na semana passada. Ele estava bem, não tinha aparentemente nada. Estava sim um pouco tristonho pelo fato de estar assumindo uma posição muito difícil, que era a do Chorão."

Patolla explicou ainda que Champignon se queixou dos fãs que não concordavam com A Banca, grupo formado por ele e os demais integrantes remanescentes do Charlie Brown Jr. O CBJR chegou ao fim com a morte do vocalista Chorão há seis meses. Na nova formação, Champignon assumiu os vocais, função que estaria sendo muito pesada para ele.

"Havia alguns fãs contra (Champignon nos vocais), mas eu expliquei para ele: 'São 90 gatos pingados contra e do outro lado são 1000 a favor'. Mas não me pareceu que isso estava abalando de um modo geral. Estamos muito chocados porque ele não tinha esse perfil."

Sobre a motivação do suicídio, Patolla, que era um amigo de longa data da banda, embarga a voz: "Nunca imaginava isso. Conheci o Champignon com 16 anos, vi a evolução dele como artista, via ele como o meu pupilo. Dava muito conselho, queria o bem dele. Estou muito triste com isso que nem todo mundo da banda."

Disco-póstumo

Um álbum inédito do Charlie Brown Jr, "La Familia 013", está pronto e tem previsão de lançamento para o final de setembro . "O que está me deixando desmotivado agora foi o fato de o Chorão ter morrido seis meses atrás e eu ter montado as músicas e mexido na voz dele nesse período, isso já foi um baque. Agora com a morte do Champignon deu uma abalada geral."

Patolla está se preparando para ir ao velório de Champignon, que será enterrado no mesmo cemitério onde está o corpo do amigo Chorão . "Estou desnorteado pelo fato de ter perdido um grande amigo, um músico excelente. Tinha muitas brigas com o Chorão, mas tinha muito apego. O Champs vivia sempre alegre, era um tirador de sarro e levava as coisas na boa. Quero me lembrar dele como um cara legal por quem eu tinha muito carinho."

As informações são da repórter Susan Souza

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