Rio - Em contagem regressiva para decidir se sai do PSB rumo ao PT ou ao PMDB, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, enfrenta pedido de seu afastamento da presidência regional do partido no Rio. A reivindicação foi encaminhada à executiva nacional na sexta-feira pelo prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, e pelo deputado federal Glauber Braga. O requerimento tinha anexado documento com 140 assinaturas recolhidas em 57 cidades de socialistas descontentes com o presidente regional.
Braga está convencido de que “Alexandre não representa mais o partido no Rio”. Bomtempo gostaria que ele “renunciasse”. Os dois estão convencidos de que Alexandre não tem mais maioria no partido no Rio e está trabalhando pelo PMDB do governador Sérgio Cabral, de quem o PSB ainda é aliado. Também não gostaram das críticas que o prefeito de Caxias fez ao presidente nacional do partido, Eduardo Campos, que rompeu com Dilma Rousseff para consolidar sua candidatura à Presidência. No Rio, o PSB é, ao menos por enquanto, pró-aliança e pró-Dilma.
O deputado ataca sem medo de ser feliz: “Alexandre está trabalhando como um ‘laranja’ do Sérgio Cabral no Estado do Rio. Ele não está defendendo os interesses do PSB.” O prefeito da Serra jura que não tem nada contra o presidente regional do partido — “a gente respeita a história do Alexandre” —, mas desabafa: “Onde é que nós estamos?”.
Segundo Bomtempo e Braga, o que azedou de vez a relação com o prefeito de Caxias foi ele ter levado o deputado federal Hugo Leal para conversar com o governador quando o parlamentar está negociando sua volta para o PSB — o encontro foi noticiado semana passada pelo ‘Informe do DIA’. Os dois têm a certeza de que Alexandre estava agindo sorrateiramente para levar Hugo para o PMDB. Alexandre garante que fez a ponte porque Hugo quer ir para o PSB mas também quer apoiar a candidatura de Luiz Fernando Pezão, candidato de Cabral. Bomtempo e Braga defendem a pré-candidatura do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão ao governo.
O ex-secretário de Ciência e Tecnologia de Cabral desafia: “Se eles têm maioria, por que têm que intervir? Quem tem maioria bota para votar”.