Rio - Quase sete anos após a queda do avião da Gol, em 29 de setembro de 2006, numa região de mata em Mato Grosso, familiares dos 154 mortos no acidente cobram a punição dos pilotos norte-americanos, Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, que conduziam o jato Legacy que colidiu com o Boeing 737, resultando na tragédia.
Para saber o posicionamento que o Brasil deve adotar em relação aos Estados Unidos por não ter cassado as licenças de voo dos pilotos em território americano, representantes da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 participaram, em julho, de reunião na Secretaria Nacional de Aviação Civil, em Brasília.
Em janeiro deste ano, o MPF ajuizou novo recurso no TRF-1 solicitando um novo julgamento para Jan Paul Paladino e Joseph Lepore. Para o Ministério Público, a Justiça não levou em consideração o fato de 154 pessoas terem morrido no acidente ocorrido após colisão com o Legacy. No embargo de declaração, definição dada ao 'recurso contra decisão que contém obscuridade, omissão ou contradição, tendo como finalidade esclarecer, tornar clara a decisão', considerando o número de mortes da tragédia.
O advogado Leonardo Amarante, do Leonardo Amarante Advogados Associados, representante de 74 famílias das vítimas do voo 1907, explica que “a Convenção Internacional de Aviação Civil define acidente aéreo como um evento associado à operação de uma aeronave, que ocorre entre os momentos de embarque de pessoas para voo e desembarque do último passageiro, e no qual uma ou mais pessoas são grave ou fatalmente feridas”.
Ainda segundo o especialista, “mais de 80% de todos os acidentes na aviação ocorreram imediatamente antes, durante ou depois da decolagem ou da aterrissagem, e é frequentemente descrito como resultado de erro humano. Uma série de quesitos deve ser levada em consideração na hora de um julgamento, principalmente em um acidente dessa magnitude, e a responsabilidade do profissional deve ser um deles”.
O boeing 737-800 SFP (Short Field Performance) da companhia brasileira Gol Transportes Aéreos, prefixo PR-GTD, com 154 pessoas a bordo, desapareceu dos radares aéreos às 16h48min (UTC-3) enquanto cumpria a etapa de Manaus (MAO) a Brasília (BSB) do voo 1907.