Por julia.amin

A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos no Brasil registrou um pequeno crescimento entre 2011 e 2012, revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o índice nas cidades brasileiras passou de 8,4% na pesquisa de 2011 para 8,5% em 2012.

De acordo com o IBGE, a série foi harmonizada sem contar os habitantes das zonas rurais da região Norte, já que a pesquisa não atingiu essas áreas em todos os anos. A última vez que a Pnad havia registrado crescimento no índice foi em 1997, quando o índice de 14,7% também foi 0,01 ponto percentual maior que o ano anterior.

A gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, disse que o fenômeno precisa ser estudado. O aumento ocorreu nas regiões Nordeste (16,9% para 17,4%) e Centro-Oeste (6,3% para 6,7%), entre as pessoas de 40 a 59 anos, que passou de 9,6% para 9,8%, e influenciou a estabilidade da taxa.

“As taxas de analfabetismo entre as populações mais velhas são muito altas, cerca de 30%, enquanto entre a população mais jovem são pequenas. A população vai se escolarizando, a tendência é que o analfabetismo caia. Então, ante a estabilidade ou elevação de 0,1 ponto percentual, precisamos entender melhor o que aconteceu”, comentou ela.

O Nordeste concentrava, em 2012, 54% dos analfabetos de 15 anos ou mais de idade. Entretanto, nos últimos oito anos, foi no Nordeste onde a queda foi mais elevada (de 22,5% para 14,4%). Entre 2011 e 2012, o percentual caiu nas regiões Sul (4,9% para 4,4%) e Norte (10,2% para 10%).

O analfabetismo funcional, que reúne as pessoas com até quatro anos de estudo, entre a população de 15 anos ou mais de idade, caiu de 20,4% para 18,3%. Entre os maiores de 25 anos, o percentual caiu de 15,1% para 11,9% de 2011 para 2012, um contingente de 3,4 milhões de pessoas. Os maiores índices de analfabetos funcionais estão no Norte e no Nordeste, mas o contingente diminuiu em todos os Estados, com destaque para a região Norte que teve redução de 3,4 pontos percentuais.

A Pnad revelou ainda que a taxa de escolarização das crianças e adolescentes foi de 98,2%, mesmo percentual verificado em 2011. Para os jovens de 15 a 17 anos de idade, o percentual dos que frequentavam escola foi de 84,2%, proporção superior à observada em 2011 (83,7%).

Na comparação entre 2011 e 2012, houve aumento do percentual daqueles que possuíam nível fundamental incompleto ou equivalente, de 31,5% para 33,5%. Por outro lado, diminuiu a proporção das pessoas sem instrução e com menos de 1 ano de estudo de 15,1% para 11,9% no mesmo período. O percentual de pessoas com nível superior completo aumentou de 11,4%, em 2011, para 12,0%, em 2012. Assim, em 2012, havia 14,2 milhões de pessoas com nível superior completo, 6,5% a mais que em 2011.

População

Em 2012, a população residente estimada no Brasil foi de 196,9 milhões de
pessoas, representando um crescimento de 0,8% em relação ao ano anterior, ou seja, de 1,6 milhão de pessoas. Analisando a população por faixa etária, em 2012, 63,2% tinha até 39 anos de idade e as pessoas com 60 anos ou mais de idade representavam 12,6% da população (em 2011, correspondia a 12,1%).

Em 2012, com relação à declaração de cor ou raça, a maior parcela observada
(46,2%) da população residente, 91 milhões de pessoas, era branca; 45,0%
parda (88,6 milhões) e 7,9% preta (15,6 milhões). O grupo formado pelas outras
declarações (indígena e amarela) representou 0,8% (1,6 milhão).

Residências

Em 2012, dos 62,8 milhões de domicílios particulares permanentes, 53,6 milhões eram beneficiados por rede geral de abastecimento de água. Em valores absolutos, o crescimento resultou em mais 1,8 milhão de unidades atendidas. O número de domicílios atendidos por coleta de lixo passou de 54,4 milhões para 55,8 milhões de unidades no Brasil, representando, em termos relativos, 88,8% do total de domicílios pesquisados em 2012, mantida a mesma participação apurada em 2011.

A participação dos domicílios que dispunham dos serviços de rede coletora de
esgoto, de 2011 para 2012, cresceu 2,1 pontos percentuais, atingindo 57,1% do
total de domicílios investigados. De 2011 para 2012, a proporção de domicílios que possuíam iluminação elétrica passou de 99,3% para 99,5% do total de domicílios investigados no País (62,5 milhões de unidades domiciliares atendidas).

Em 2012, o percentual de domicílios em que ao menos um morador possuía carro ou motocicleta para uso pessoal foi de 42,4% (26,7 milhões de unidades) e 20% (12,6 milhões de unidades), respectivamente. Em 2011, esses percentuais foram 40,9% e 19,1%, nesta ordem.

Em 2012, foram contabilizados, no País, 122,7 milhões de pessoas com 10 anos
ou mais de idade que possuíam telefone móvel celular para uso pessoal. Esse
contingente de usuários cresceu 6,3% em relação a 2011, o equivalente a 7,2
milhões de pessoas.

O número de domicílios com algum tipo de telefone seguiu a tendência dos últimos anos e, de 2011 para 2012, apresentou crescimento de 4,1%, ou seja, 2,2 milhões de novos domicílios com acesso a esse serviço no País. Após este avanço, a pesquisa mostrou que 91,2% dos domicílios pesquisados possuíam algum tipo de serviço de telefonia.

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