São Paulo - A violência no Estado do Piauí explodiu de 2011 para 2012. Enquanto os homicídios dolosos, aqueles com intenção de matar, aumentaram 7,8% no Brasil, no Piauí esse índice cresceu 39,6%, enquanto latrocínio (os assassinatos em consequência de roubo) saltaram 396,8%. Nem esse desempenho, no entanto, tirou de Alagoas o quarto título seguido de Estado mais violento do Brasil.
Segundo dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta terça, o Piauí viu o número de assassinatos intencionais saltar de 341 em 2011 para 479 no ano seguinte. Já os latrocínios, subiram de quatro para 20 no mesmo período.
As lesões corporais seguidas de morte cresceram ainda mais: 347%, de quatro para 18. Já os crimes violentos letais intencionais passaram de 349 para 517 – 47% mais.
Nenhum outro Estado chegou perto desses números. O Ceará ameaçou nos homicídios dolosos, com crescimento de 32%, Roraima se aproximou em latrocínio (292%) e Mato Grosso mal chegou perto em lesão corporal: aumento de 164%.
Mesmo assim, ninguém supera a liderança de Alagoas, o Estado mais violento do Brasil pelo quarto ano seguido. Com taxa de 64 homicídios dolosos por grupo de 100 mil habitantes, a região chegou a diminuir em 13,6% a quantidade de assassinatos intencionais, mas viu latrocínio subir 140% no período, de 36 para 87 ocorrências.
Ao todo, os homicídios dolosos (o principal indicador de violência) cresceram em 16 Estados e diminuíram em dez. Depois do Piauí, os assassinatos intencionais cresceram mais no Ceará (32%), Acre (24%), Sergipe (18,5%), Maranhão (17,4%), Rio Grande do Sul (15,3%), São Paulo (14,5%), Tocantins (14,3%), Roraima (12,5%), Distrito Federal (10,2%), Paraíba (10,1%), Minas Gerais (7,4%), Pará (2,9%) e Paraná (1%). Bahia se manteve estável. As informações do Amapá, cujo índice teria crescido 193% , não são considerados confiáveis pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo estudo.
Além de Alagoas, reduziram essa taxa o Espírito Santo (-33%), Mato Grosso do Sul (-14,6%), Paraíba (-10%), Pernambuco (-6,5%), Rio de Janeiro (-5,6%), Santa Catarina (-3,7), Amazonas (-3,5%), Mato Grosso (-2%) e Rondônia (-0,6%).
Reportagem: Wanderley Preite Sobrinho