Diretora de colégio em SP pede para que criança corte cabelo crespo
Justificativa seria que volume de cabelo do menino atrapalhava os outros alunos de enxergarem a lousa
Por bianca.lobianco
São Paulo - A diretora de um colégio de Guarulhos, em São Paulo, pediu para que um de seus alunos, que possui cabelo crespo, cortasse o cabelo. Como a mãe recusou o pedido, o filho teve sua rematrícula impedida pela escola Cidade Jardim Cumbica. Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil por racismo.
A mãe da criança de oito anos recebeu um comunicado da professora de seu filho para que ele usasse um corte de cabelo mais adequado ao padrão usual. Como ela decidiu não cortar, enviou um bilhete para a professora e recebeu como resposta um outro bilhete: "Cabelo black power não é usado no colégio pelos alunos".
Apesar de todas as justificativas dadas pela mãe, a mulher disse que o volume de cabelo do menino atrapalhava os outros alunos de enxergarem a lousa.
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Segundo o delegado do 3º Distrito Policial, Jorge Vidal Pereira, a conduta da diretora pode ser classificada como racismo. De acordo com a PM, a responsável já foi notificada sobre o inquérito e deve comparecer à delegacia para prestar depoimento na próxima segunda-feira.
Em nota, a direção do colégio Cidade Jardim Cumbica garantiu que a mãe perdeu o prazo da rematrícula e o nome de seu filho foi parar na lista de espera. O corte de cabelo teria sido orientado porque a franja da criança poderia estar atrapalhando sua visão. A direção acrescenta que o corte de cabelo nada tem a ver com a rematrícula.