Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - A revista Veja publicou, na edição que chegou neste sábado às bancas, uma entrevista bombástica com o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Junior. Entre outras revelações, ele afirma que existia uma ‘fábrica de dossiês’ contra adversários do PT no Ministério da Justiça, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações que deu à revista estão em seu livro ‘Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado’ (Topbooks; 557 páginas; R$ 69,90), que será lançado esta semana.
Na publicação, ele conta ter recebido ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista de adversários do governo. Ainda segundo Tuma, “o PT do Lula age assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida.” O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), teria sido alvo de difamação, assim como Tasso Jereissati (PSDB). Tuma Junior conta na reportagem que sempre refutou essa prática e, por causa disso, teria se tornado vítima desse mesmo esquema.
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Tuma faz várias outras denúncias. Revela, por exemplo, ter descoberto a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas diz que o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar.
Na conversa, a revista afirma que “os militantes do partido estão envolvidos” na morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002. “Aquilo foi um crime de encomenda. Os empresários que pagavam propina ao PT em Santo André não queriam matar, mas assumiram claramente este risco. Era para ser sequestro, mas virou homicídio”, diz Tuma.
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Para terminar, conta no livro e à revista que o ex-presidente Lula foi informante do Dops (Departamento de Ordem e Política Social), órgão dirigido por seu pai, Romeu Tuma, em São Paulo, na época da ditadura militar.