Por julia.sorella
Brasília - A Telebras e a empresa espanhola IslaLink Submarine criarão uma nova empresa para a construção e a administração de um cabo submarino entre Brasil e Europa, segundo divulgou nesta quarta-feira a holding brasileira.
O projeto, cujo começo está previsto para o primeiro semestre deste ano e terá um prazo de execução de 18 meses, tem um orçamento de US$ 185 milhões, informou a Telebras em comunicado. A empresa brasileira indicou que o Conselho de Administração aprovou o pré-acordo para uma criar uma joint venture de nome JVCo, que terá uma participação de 35% da estatal brasileira, 45% da companhia espanhola e 20% restantes de outros fundos de investimentos.
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O presidente em fim de mandato da Telebras, Caio Bonilha, disse hoje em entrevista coletiva que o novo cabo é "estratégico" porque permitirá a comunicação direta entre Brasil e Europa sem passar pelos Estados Unidos. Segundo o diretor, de cada 600 comunicações entre Brasil e Europa, em apenas uma o tráfego de dados é direto - o restante passa pelos Estados Unidos.
Depois do anúncio, Bonilha renunciou nesta quarta-feira ao cargo, que será assumido por Francisco Ziober Filho. Atualmente, a Telebras participa como sócia do único cabo submarino em operação entre Brasil e Europa, que é utilizado basicamente para a transmissão de voz. A Telebras também anunciou ao mercado o acordo com as empresas Silica Networks Argentina e Silica Networks Chile para estabelecer uma aliança que permita "construir, operar e manter" uma rede de fibra ótica que conectará a cidade de Uruguaiana (Rio Grande do Sul) à argentina Passagem dos Livres (Corrientes).
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Essa rede terá conexão direta com o Chile e, em consequência, com "as redes no litoral do Pacífico", ressaltou a Telebras. Silica Argentina e Silica Chile administram redes de alta capacidade que comunicam as cidades de Santiago e Osorno (Chile), Mendoza, Córdoba, Rosário, Buenos Aires, Bahía Blanca, Neuquén, Bariloche e Paso de los Libres (Argentina). Privatizada em 1998, a Telebras foi reativada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para operar o Plano Nacional de Banda Larga, com o qual o governo pretende expandir o acesso da população à internet.