Por thiago.antunes

Brasília - Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o legado econômico da gestão PT para o Brasil. “Nossos críticos dizem que o melhor é reduzir a oferta de emprego para reduzir a inflação, mas para nós a defesa do emprego é mais importante que a inflação”, disse Lula.

Ele falou ainda sobre os números do governo petista. “No Brasil, em 11 anos, foram criados 21 milhões de empregos, 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, 42 milhões entraram na classe média e mais do que duplicou o número de alunos matriculados na universidade. O elevador social funcionou”.

O ex-presidente enfatizou que a crise não foi tão forte no país quanto tem sido na Europa e reiterou a força da economia brasileira. “Colocando a China de lado, a partir do ponto de vista macroeconômico, qual outro país conseguiu criar as condições para o crescimento igual ao Brasil?”, questionou o ex-presidente.

Ex-presidente também negou a possibilidade de retornar à política neste ano%2C mas deixou incertezasAFP

Lula disse que o país pode estar incomodando os mercados externos por sua força política e econômica. “O Brasil tem sido tratado como uma criança entre os adultos, com simpatia”. Acrescentou ainda que “o menino cresceu e começou a competir nos mercados, para assumir cargos internacionais importantes e a ter um papel na mediação com o Irã. É aqui que o Brasil é visto com aborrecimento”, afirmou ao jornal italiano.

Eleições

O ex-presidente Lula também negou a possibilidade de retornar à política neste ano, mas deixou incertezas sobre seu futuro político. “A política muito é imprevisível, não posso excluir nada. Mas a natureza é implacável, em 2018 estarei com 72 anos”, completou.

“O Brasil vai sair fortalecido”

Na entrevista, o ex-presidente Lu a falou ainda sobre os impactos da Copa do Mundo e a importância do evento para o Brasil. “O Brasil vai sair fortalecido por este evento. Claro, algumas obras de infraestrutura serão feitas mais tarde. Os problemas de trânsito? Esta é a América Latina. Me diz onde não existe este tipo problema”, indagou.

Sobre a crise na Venezuela, que cresceu após protestos da oposição contra o atual presidente, Nicolas Maduro, Luiz Inácio lembrou a morte de Chávez. “O país está passando por um período de turbulência. Não é fácil sobreviver à perda de um líder como Chávez e eu acho que Maduro estava errado em não fazer mais para iniciar o diálogo necessário com a oposição”, declarou.

Você pode gostar