São Paulo - Milhares de trabalhadores ligados a centrais sindicais estão reunidos nesta quarta-feira, na Praça da Sé, na região central de São Paulo, para participar da oitava edição da Marcha da Classe Trabalhadora. A passeata marcada para o deve se deslocar até a região do Masp, na avenida Paulista.
A primeira grande manifestação organizada pelas centrais neste ano tem pautas como a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim do fator previdenciário; a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo. Nesta semana, Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), disse que o ato, feito tradicionalmente em Brasília, ocorre em São Paulo em razão do peso que a metrópole tem na economia do país.
Por este ser um ano eleitoral, o objetivo das centrais é entregar as reivindicações para os candidatos à presidência, inclusive a Dilma Rousseff. A pauta dos trabalhadores, cuja elaboração foi coordenada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), será entregue também ao empresariado.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que a marcha vai chamar a atenção também para a questão do emprego. “Muitas empresas sinalizam demissões ou têm promovido férias coletivas. Isso é um sinal que nos deixa muito preocupados”, declarou.
Torres reclama ainda que a não correção da tabela do Imposto de Renda prejudica os trabalhadores. “Isso é um crime contra o trabalhador, que está achatando o salário da classe média baixa”, disse. Outro ponto destacado por ele é que setores do governo sinalizam o desejo de mexer na fórmula de valorização do salário mínimo. “Não podemos admitir, de forma alguma, que mexam em uma coisa que está dando certo. O salário mínimo está, hoje, em quase 300 dólares”, declarou.
Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), defendeu o equilíbrio do câmbio. De acordo com ele, apesar de facilitar as importações, o câmbio atual prejudica as empresas nacionais. Para Ubiraci, outro assunto importante de ser discutido é a privatização da exploração do petróleo na camada pré-sal. “Isso é um crime contra o povo brasileiro”, define.
O presidente da CGTB demonstrou também preocupação com a questão do emprego. “O emprego real na indústria teve 28 meses consecutivos de queda. Precisamos evitar que essa crise se aprofunde”, disse ele.