Brasília - Um dia após reunião da cúpula do PT confirmar a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, nova pesquisa de intenção de votos reafirma a tendência de a disputa ir para o segundo turno. No levantamento da Revista ISTOÉ/Sensus, divulgado ontem, Dilma aparece com 35% das intenções de voto, seguida pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB), com 23,7%, e pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 11%. Juntos, Aécio e Campos têm 34,7% dos votos, praticamente a mesma intenção de Dilma.
Último levantamento feito pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), no final do mês passado, também deu segundo turno, com queda da petista e ascensão do tucano. A presidenta somava 37% da preferência do eleitorado, abaixo dos 43,7% obtidos em fevereiro, e Aécio tinha 21,6% das intenções de voto, frente a 17% no início deste ano.
A pesquisa ISTOÉ/Sensus ouviu 2 mil eleitores em 136 cidades de 24 estados, entre os dias 22 e 25 de abril. O levantamento tem margem de erro de 2,2% para mais e para menos.
Na sexta-feira, em reunião com os líderes do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, a legenda confirmou que a prioridade será a reeleição de Dilma, afastando de vez os boatos de uma possível candidatura de Lula a presidente.
Os dados da pesquisa Sensus saíram no mesmo dia em que novas denúncias sobre a Petrobras são reveladas. Segundo a Revista ‘Época’, a Polícia Federal e o Ministério Publico Federal investigam contrato entre a petroleira e a construtora Odebrecht.
De acordo com as investigações, o contrato, firmado em outubro de 2010, teria sido aprovado após acerto de uma doação equivalente a US$ 8 milhões (R$ 17,7 milhões) para a campanha de Dilma.
O acordo, no valor de US$ 826 milhões (R$ 1,8 bilhão), previa serviços de segurança, meio ambiente e saúde em unidades da Petrobras no Brasil e no exterior. A estatal está na iminência de uma CPI no Congresso para apurar compra superfaturada de refinaria nos Estados Unidos.
Presidenta contra-ataca tucanos
Mais cedo, sem saber das novas denúncias contra a estatal, durante a inauguração da fábrica de amônia da Petrobras em Uberaba, no Triângulo Mineiro, Dilma voltou a defender a petroleira. Ela mostrou que não se calará ante os ataques da oposição. A presidenta disse ser inadmissível privatizar a Petrobras, como já foi cogitado no governo do ex-presidente Fernando Henrique, (1994/2002) do PSDB. Ela discursou ao lado da presidenta da Petrobras, Graça Foster.
"Quando falo da imensa capacidade da Petrobras em investir, quero destacar que nos últimos anos, do governo do presidente Lula até o meu governo, o total que a Petrobras investiu foi sete vezes maior”, afirmou, sugerindo que a empresa petroleira foi esvaziada durante o governo do PSDB para ser vendida. Antes de sua fala, o presidente do Sindicato dos Petroleiros de Minas (Sindipetro), Leopoldino Martins, disse que a empresa foi “esquartejada” por FH.