São Paulo - O nível de água armazenada pelo conjunto de represas Cantareira, principal fonte da região metropolitana de São Paulo, recuou nesta terça-feira para a mínima recorde de 9,8% segundo dados da companhia de saneamento estadual, Sabesp. No ano passado, neste mesmo dia, a Cantareira tinha 62,1% da sua capacidade de água.
O recuo mantém tendência de esgotamento do sistema, que ganhou força em meados do primeiro trimestre. A situação, a pior desde que o sistema Cantareira foi criado, na década de 1970, fez a Sabesp aprovar em fevereiro programa de desconto nas contas de consumidores que economizarem água. Porém, desde então o nível do sistema recuou pela metade.
O recuo no nível de armazenamento do Cantareira, que abastece cerca de 9 milhões de habitantes na região metropolitana de São Paulo, segue em queda apesar das chuvas acumuladas em abril terem sido próximas da média histórica para o mês, de 89,3 milímetros. No mês passado, choveu 85,7 mm na área das represas.
Para maio, a média de chuvas no Cantareira é de 83,2 milímetros, recuando a 56 milímetros em junho, 49,9 milímetros em julho e 36,9 milímetros em agosto, tradicionais meses de pluviosidade reduzida. Nos seis dias deste mês, choveu apenas 0,1 mm na região e não há previsão de chuvas para os próximos dias.
O governo de São Paulo, controlador da companhia, tem evitado decretar racionamento de água na região metropolitana. Neste domingo, o governador Geraldo Alckmin voltou descartar a adoção do racionamento de água em 2014. Em fevereiro, Alckmin já havia descartado o racionamento, mas dizia contar com chuvas.
A crise hídrica também acontece em um momento de revisão da outorga do Sistema Cantareira. A Sabesp é responsável pelas vazões de água e a outorga, concedida pela Agência Nacional de Águas, expira em agosto.