Por leonardo.rocha

Rio Grande do Sul - O médico Leandro Boldrini, de 38 anos, pai de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, segue sustentando que não tem nenhuma relação com o crime cometido contra o menino de Três Passos, no Rio Grande do Sul. O médico, que está preso, teve parte do depoimento dado para a polícia revelado pelo jornal Zero Hora.

O casal preso suspeito pela morte do meninoReprodução


Segundo a publicação, em um trecho do depoimento que questiona sobre o sentimento que a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, de 32 anos, tinha por Bernando, "o interrogado diz que ela tinha ódio do 'guri', e esclareceu que esse ódio se manifestava nos 'arranca' que dava entre os dois, eis que o Bernardo não aceitava 'não'. Que Keli, enquanto estava sozinha com o interrogado, se referia ao Bernardo dizendo que 'ele era uma semente do mal', 'que ele não tinha puxado em nada pelo interrogado, tudo por aquela louca da mãe dele que tinha se matado' (referindo-se a Odilaine Uglione, mãe do menino que cometeu suicídio em 2010)".

O jornal ainda informa que médico estava na delegacia de Três Passos quando foi informado da morte do filho. O inquérito salienta que ele "não externou nenhuma reação" e ficou preocupado em saber se tinha envolvimento com a morte de Bernardo.

Bernardo Boldriniarquivo pessoal


"Quando tomou conhecimento de que Bernardo estava morto, não externou nenhuma reação. Acredita que seja devido a um medicamento que toma. Que minutos depois conversou com a Keli, que também já estava presa, e ela dizia 'não sei, não sei', e o interrogado perguntou 'eu tô envolvido nisso, eu tô envolvido nisso', ao que Keli respondeu 'não'. Indagou Keli, perguntando se aconteceu alguma coisa com o menino. 'Keli disse sim, então o interrogado desmoronou'.", diz o trecho do depoimento.

Depoimento da madrasta

Segundo depoimento prestado pela madrasta, o pai do menino não teve culpa na morte do filho. Segundo o depoimento de Graciele, a morte do enteado, em 4 de abril, foi acidental, depois da ingestão de uma dose errada de medicamentos dados por ela.

A morte

O corpo do garoto de 11 anos foi encontrado no dia 14 de abril, dez dias após desaparecer, enterrado em uma mata na cidade de Frederico Westphalen, que fica a 80 quilômetros de Três Passos, onde a família reside.

Desde o dia em que o corpo de Bernardo foi descoberto, o pai, a madrasta e uma amiga dela - a assistente social Edelvânia Wirganovicz, que teria ajudado a ocultar o corpo - estão presos. A última vez em que Bernardo foi visto, no dia 4 de abril, ele estava no carro da madrasta.

O laudo da perícia confirmou que substâncias do sedativo Midazolam foram encontradas no corpo de Bernardo. Para que o inquérito seja concluído, outros depoimentos ainda serão tomados e serão analisados laudos com resultados sobre o material colhido no corpo, na cova e nos automóveis.

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