Rio - Em entrevista ao jornal "A Tarde", de Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a presidenta Dilma Rousseff vai ganhar as eleições deste ano porque é a mais bem preparada para o cargo. "Eu acho que a Dilma vai ganhar as eleições porque é a candidata mais preparada, com as melhores propostas para o segundo mandato, e todo mundo sabe que ela tem uma experiência extraordinária em governar o Brasil", afirmou.
Lula voltou a defender os governos do Partido dos Trabalhadores, ressaltando os investimentos em educação, saúde, geração de empregos e combate à fome. "Nós temos quase 12 anos de governo do PT, para comparar com as pessoas que governaram o Brasil antes de nós. E eu tenho certeza que no investimento em educação, na saúde, na geração de emprego, no aumento dos salários, do salário mínimo, no combate a miséria e a fome, o Brasil tem no governo do PT uma política de sucesso que serve de exemplo para o mundo. Certamente não foi feito tudo em 12 anos, e nem seria possível consertar em 12 anos o que não foi feito em 500 anos. De qualquer forma, eu não tenho dúvida nenhuma que os 12 anos de PT nos enchem de orgulho por tudo que foi feito nesse país".
Sobre os efeitos da Copa do Mundo nas eleições de outubro, Lula afirmou: "Eu, sinceramente, não acho que a Copa do Mundo tem influência para qualquer que seja o candidato, perca o Brasil ou ganhe o Brasil. Não é possível imaginar que o povo não tenha nenhuma inteligência e vá decidir o resultado em cima de um jogo de futebol".
O ex-presidente também comentou a polêmica envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e disse que, em época de eleições, sempre surge uma denúncia contra a Petrobras. "Esse caso de Pasadena já vem sendo discutido há muito tempo pelo Tribunal de Contas da União, pelo Congresso Nacional, tanto o Gabrielli quanto a Graça Foster já deram muitas informações sobre isso. Ora, é muito cômodo uma pessoa achar que um negócio que era rentável, que era importante do ponto de vista estratégico para a Petrobras, feito em 2006, por conta do momento do petróleo nos Estados Unidos, ache agora, que não foi bom porque o mercado de petróleo mudou e não está vendendo o que achava que ia vender. Você pode ter feito um mau negócio na época que depois virou um bom negócio, ou fazer um mau negócio que se transforme depois em um negócio razoável, rentável. Eu acho que o Gabrielli e a Graça explicaram bem isso. O que eu acho estranho é que toda a época de eleição aparece alguém com uma denúncia contra a Petrobras, que desaparece logo depois das eleições. Eu tenho às vezes impressão que tem gente querendo fazer caixa dois fazendo denúncia contra a Petrobras", acrescentou.
Lula falou ainda sobre o relacionamento com os partidos da base aliada: "Eu acho que os problemas e divergências são próprios do tamanho da base aliada. Quando você é um governo bem-sucedido como o da presidenta Dilma, e tem aliança com quase todos os partidos, é natural que na época da campanha você tenha divergências pontuais com alguns partidos, alguns tentem ter candidatura própria, como o PSB, e isso tem que ser encarado com naturalidade. O que é importante a gente ter consciência é que isso faz parte da consolidação do processo democrático no Brasil, que é irreversível".
Indagado sobre a candidatura de Eduardo Campos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o ex-governador de Pernambuco tem experiência administrativa. "O Eduardo Campos, quando fala de enterrar a política velha, ele deve saber do que ele está falando, porque ele tem consciência que todo mundo que faz política, inclusive ele, faz política com base na realidade, com base na correlação de forças, com base na composição necessária para ter governabilidade. Ele, mais do que ninguém, sabe disso. Eu acho que ele tem todas as condições de ser candidato à presidente. Ele tem experiência administrativa, foi governador de um estado importante, eu acho que ele pode ser candidato, não tem problema, como pode o Aécio, como pode qualquer um ser candidato. Basta ter idade suficiente e ser filiado à um partido político para ser candidato. Os recursos que o governo federal deu para Pernambuco, deu para todos os estados", ressaltou.