Por bferreira

Brasília - A menos de um mês da Copa do Mundo, a presidenta Dilma Rousseff voltou a polemizar com os principais dirigentes da Fifa. Segundo ela, o presidente da Federação, Joseph Blatter, e o secretário-geral da entidade, Jerôme Valcke, têm representando um peso quando associam as obras de infraestrutura nas cidades, como o metrô, à Copa.

“Tirem o Blatter e o Valcke das minhas costas! Não tem nada a ver com a Copa. São obras para as cidades”, afirmou a presidenta, que recebeu na noite de quinta-feira um grupo de jornalistas esportivos, no Palácio da Alvorada. Ao ser perguntada se Blatter e Valcke são um peso, ela respondeu: “Ô, se são!”

A reação da Fifa às declarações foi rápida. Na manhã de ontem, Blatter afirmou que a insatisfação do povo brasileiro com a Copa tem relação direta com o fato de promessas de melhoria não serem implementadas.

Ele disse, no entanto, que a sociedade tem sua parcela de responsabilidade porque “para mudar o Brasil, terá de ter vontade de trabalhar”. Em entrevista à rede de televisão pública suíça, Blatter alegou que o projeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi adiante. </CW>“Não podemos contentar a todos. Isso não existe. Os brasileiros estão um pouco insatisfeitos. Muita coisa foi prometida a eles”, disse Blatter.

Na semana passada, Valcke insinuou que Dilma não assumiu um papel mais central na organização da Copa, como ocorrera com Lula.

Em palestra ontem a blogueiros, em São Paulo, Lula entrou na polêmica sobre a Copa e chamou de “babaquice” a preocupação de dar condições de primeiro mundo a torcedores durante o torneio, como “chegar de metrô dentro do estádio”, porque brasileiro não tem problema “em andar a pé’.

“Nós nunca tivemos problemas em andar a pé. Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. Mas o que a gente está preocupado é que tem que ter metrô, tem que ir até dentro do estádio? Que babaquice é essa? Tem que dar garantia para essa gente assistir ao jogo, tem que ter o melhor da comida brasileira, tem que tratar bem as pessoas nos hotéis.”

Lula afirmou ainda que “não há dinheiro público” para a construção de estádios e que que as obras que não ficarem prontas até junho poderão servir de legado para depois da Copa.

Blatter e Dilma concordam que a população vai se engajar na Copa. “Na hora de a onça beber água, este país vai endoidar”, disse ela. “Estou certo que o Brasil vai ter um ambiente de futebol, samba, música e ritmo”, afirmou Blatter.

Presidenta vai a formaturas do Pronatec e recebe vaias

Faltando pouco menos de cinco meses para as eleições de outubro, a presidenta Dilma Roussseff fez ontem um périplo por cidades da Paraíba e do Piauí, estados governados pelo PSB do ex-governador e pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos.

Em João Pessoa, Dilma foi vaiada por cerca de 50 pessoas contrárias à aprovação da Medida Provisória 633, que tem o objetivo de barrar milhares de ações na Justiça de pessoas prejudicadas pelo Sistema Financeiro da Habitação. O governo teme um prejuízo bilionário com essas ações. Os manifestantes entoaram palavras de ordem: “Da Copa eu abro mão, queremos mais saúde, mais emprego e educação”.

Foi a primeira vez que Dilma foi a João Pessoa desde o rompimento do PSB com seu governo. A presidenta participou da formatura de alunos do Programa Nacional de Ensino Técnico (Pronatec). O governador Ricardo Coutinho ( PSB) foi vaiado por militantes petistas, que se posicionaram perto do palco, gritando o nome da presidenta.

Em Teresina, Dilma também participou de formatura do Pronatec. Ao lado dos lançamentos do Minha Casa, Minha Vida e da entrega de máquinas e equipamentos a prefeitos, as formaturas do Pronatec são um de seus principais instrumentos na pré-campanha pelo Brasil.

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