Por tamara.coimbra

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff será oficializada candidata do PT à Presidência neste sábado, com o desafio de amenizar o desgaste da administração e manter a dianteira na disputa com o senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Embora ainda tenha pela frente a tarefa de reverter a tendência de queda nas pesquisas de opinião, Dilma chega à largada da corrida presidencial tendo controlado um dos maiores problemas que enfrentou nos últimos meses: a resistência de uma ala de seu próprio partido a sua candidatura à reeleição.

Neste sábado, até mesmo os maiores entusiastas do “Volta, Lula” admitem que não haveria como ressuscitar o movimento para tirar Dilma de cena e lançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida ao Planalto.

Lula e Dilma em convenção do PT que homologou a candidatura da presidenta à reeleiçãoRicardo Stuckert / Instituto Lula

Pelo rito interno do PT, a convenção nacional do partido, marcada para este sábado, em Brasília, tem o papel efetivo de homologar a candidatura de Dilma. Os 800 delegados do partido votam para referendar o nome da presidenta e tendem a seguir massivamente a orientação do comando partidário — diferentemente do que ocorreu no PMDB, em que a aliança foi referendada com 54% dos votos.

Diante da expectativa de “obediência” da base, Dilma deve aproveitar a convenção para fazer um discurso de unidade. A expectativa é de que ela explore bandeiras históricas do partido e fale sobre a necessidade preservar as “conquistas” dos governos do PT.

Dentro da direção petista, o discurso é o de que a convenção, da qual participa também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será “tranquila”. “Dilma lidera todas as pesquisas e, mesmo que não liderasse, ela é a presidente e é natural que seja candidata”, diz o vice-presidente do partido, Alberto Cantalice, que neste sábado comanda a estratégia de Dilma nas redes sociais.

O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), que no passado puxava o coro pelo terceiro mandato e ajudou a mobilizar o “Volta, Lula” nos bastidores, agora diz que não há margem para trazer o ex-presidente de volta. “Não sou entusiasta do ‘Volta, Lula. Fui do terceiro mandato”, desconversa. “Não terá espaço para isso. Se não teve antes, não tem porque ter agora. É uma convenção homologatória”, acrescenta. “Será uma convenção sem surpresas”, emenda o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara.

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