Por leonardo.rocha

Rio - O presidente mundial do Santander, Emilio Botín, confirmou nesta terça-feira que uma pessoa foi demitida do banco no Brasil devido a um informe enviado a clientes com comentários negativos sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff. Botín não quis dar maiores detalhes sobre o caso, mas afirmou que essa "é a opinião de um analista, não é a opinião do Santander".

Para presidenta, o pedido de desculpas foi "protocolar"Reuters


O presidente da instituição ainda disse que um pedido de desculpas foi enviado a Dilma. "Enviamos uma carta à presidente. A pessoa tinha que ser demitida porque fez coisa errada", declarou Botín durante encontro de reitores, que discutem o futuro das universidades no século 21, no Rio de Janeiro.

O caso

No informe enviado a clientes do segmento Select (renda mensal superior a R$ 10 mil mensais), o banco afirmava que se a presidenta Dilma subir ou se estabilizar nas pesquisas de intenção de voto, o câmbio se desvalorizará e a bolsa reverterá parte das altas recentes.

O teor dos comentários provocou reação do Palácio do Planalto e do PT, o que levou o Santander Brasil a publicar uma nota com pedido de desculpas. Nesta segunda-feira, a presidenta Dilma citou o caso durante a sabatina conjunta promovida pela Folha de S.Paulo, UOL, Jovem Pan e SBT. Ela considerou lamentável a carta do Banco Santander. "Lamento o que aconteceu. É inadmissível. Um país não deve aceitar uma interferência de qualquer instituição financeira de qualquer nível nas eleições", defendeu a presidenta. Para a governante, o pedido de desculpas foi "protocolar".

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