Por leonardo.rocha

Rio - Trinta e duas pessoas foram mortas em decorrência de assaltos a bancos no primeiro semestre de 2014. O número significa um aumento de 6,7% em relação as 30 vítimas no mesmo período do ano passado. Os dados são da pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e com apoio técnico do Departamento Intersindical de Estatítcas e Estudos Sócioeconomicos (Dieese), divulgados nesta quinta-feira.

Em São Paulo, 12 pessoas morreram durante assaltos a bancosReprodução


A modalidade saidinha de banco vitimou 20 pessoas neste período e foi a responsável pela maior parte das mortes (62,5%), seguida por assaltos a correspondentes bancários (lotéricas) e ataques a caixas eletrônicos, que vitimaram quatro pessoas cada. Três pessoas morreram ainda em assaltos a agências e uma em roubos a carros-forte.

Os clientes continuam sendo a maior parte das vítimas neste tipo de ação. Das 32 mortes deste ano, 22 eram clientes, dois eram policiais, um era vigilante e sete foram vítimas de balas perdidas durantes tiroteios.

São Paulo lidera as estatísticas desse tipo de morte neste tipo de ação. Ao todo, morreram 12 pessoas no Estado, quatro no Rio de Janeiro e três em Pernambuco. Os estados de Minas Gerais, Paraná, Goiás e Paraíba tiveram duas mortes cada.

Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes revelam "a escassez de investimentos dos bancos para melhorar a segurança dos estabelecimentos". As instituições cobram mais investimento no setor para evitar as mortes e diz que as mortes nas "saidinhas" não surpreendem.

"Esse crime começa dentro dos bancos e, para preveni-lo, é preciso impedir a ação dos olheiros na hora do saque de clientes. Uma das medidas é a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Outra medida defendida por bancários e vigilantes é a isenção de tarifas de transferência de recursos (DOC, TED), como forma de reduzir a circulação de dinheiro na praça. "Muitos clientes sacam valores elevados só para não pagar as altas tarifas dos bancos e viram alvos de assaltantes cada vez mais violentos", defende o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.

"Proibir o uso do celular nos bancos é uma medida ingênua, inócua e ineficaz, pois não impede a visualização dos saques", alerta.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que a segurança é uma das prioridades do setor. Segundo Febraban, o investimento em segurança cresceu 200% entre 2003, quando foi investido R$ 3 bilhões na área, e 2013, que terminou com montates de R$ 9 bilhões para segurança.

A federação informou que o aumento no aporte, medidas preventivas, treinamento de equipes e parcerias com polícias fizeram o número de assaltos cair 76,4% entre 2000 e 2013. "A Febraban atua, portanto, tanto na elaboração de ações propositivas que visem à segurança dos bancos, dos funcionários e usuários, como também nas parcerias com órgãos públicos no combate à criminalidade", informou, em nota.

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