Por tamara.coimbra

Paraná - Duas fotos do menino de 11 anos atacado por um tigre no zoológico de Cascavel, no Oeste do Paraná, circulam na Internet sem consentimento dos pais. A polícia investiga os autores das imagens de Vrajamany, uma antes da cirurgia e outra logo após a amputação do braço, que foram tiradas dentro do Hospital Universitário (HU) e se espalharam pela rede.

De acordo com o advogado Yvan Gomes Miguel, que defende Marcos do Carmo Rocha, o pai da criança, a responsabilidade é do hospital. A assessoria do HU informou que uma sindicância foi aberta para apurar o caso. Ainda segundo o hospital, as fotos só podem ser realizadas com finalidade científica e com autorização e consentimento do paciente ou de um representante legal.

Vrajamany teve braço amputado quando brincava com o tigre no zoológico de Cascavel%2C no Oeste do ParanáReprodução / RPC TV / TV Globo

Vrajamany segue internado e deve receber alta até esta quarta-feira. Nesta terça, o tigre voltou a ser exposto no zoológico, após ficar cinco dias isolado como medida preventiva por causa do incidente.

O caso

A Polícia Civil de Cascavel abriu um inquérito policial para investigar o ataque do tigre ao menino no zoológico do município. O delegado Denis Merino informou que vai analisar as imagens do ataque para decidir se indicia o pai, Marcos do Carmo Rocha, de 43 anos, por lesão corporal grave. Como consequência dos ferimentos, o menino teve o braço direito amputado, na altura do ombro.

A polícia apura ainda se o acidente foi causado por omissão do pai ou da segurança do local. De acordo com o delegado, quando o responsável é omisso, ele responde pelo resultado, que no caso foi uma lesão corporal grave. Além disso, Merino informa que o pai e a guarda patrimonial — caso tenha visto a cena — podem responder pelo crime. A pena é de dois a cinco anos.

Em entrevista para o 'Fantástico', Marcos disse que alertou Vrajamany sobre o perigo de estar perto do animal, mas a criança estava empolgada. "Quando eu vi, foi que eu falei para ele não fazer isso, mas ele estava empolgado."

No ataque, o pai contou que fez de tudo para que o tigre largasse da criança de 11 anos, chegou a colocar a mão na boca do tigre e enfiar os dedos em seus olhos. "Tentei fazer o que pude pelo meu filho."

Além disso, Marcos lembrou que a primeira coisa que Vrajamany disse ao saber que o braço estava amputado era que não matasse o tigre. "Sem o braço! Ele só pensou no tigre, em primeiro lugar." O zoológico já descartou a possibilidade de sacrificar o animal.

O delegado tem o prazo de 30 dias para concluir as investigações.

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