São Paulo - Funcionários da Universidade de São Paulo (USP), que estão em greve desde 27 de maio, fizeram um protesto em frente ao Hospital Universitário (HU) no campus do Butantã, na capital paulista. Os manifestantes são contrários à transferência do hospital para a Secretaria Estadual de Saúde, proposta do reitor Marco Antonio Zago para sanar os problemas orçamentários da universidade. Às 9h30, os grevistas iniciaram uma caminhada em direção à Faculdade de Medicina da USP, localizada na Avenida Doutor Arnaldo, região central de São Paulo.
De acordo com Rosane Meire Vieira, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a reunião do Conselho Universitário marcada para esta terça-feira vai definir o destino do hospital. O conselho é formado por docentes e representantes de vários setores da universidade.
Segundo ela, a greve no Hospital Universitário começou no dia 10 de junho e teve a adesão de 30% dos funcionários. Embora a desvinculação mantenha esses servidores ligados à USP, Rosane disse que teme transferências. “O risco que a gente tem é de ser transferido e a secretaria [de Saúde] colocar pessoas com custo mais baixo, com salários menores, aqui dentro. E aí a nossa preocupação, nós vamos para onde? Eu sou técnica de enfermagem, para onde vou?”, disse.
Para Rosane, o prejuízo será maior ainda para os pacientes. “Para a população, vai ser muito ruim, porque o Hospital Universitário tem uma história de atendimento de excelência. Apesar de ser público, o paciente aqui tem atendimento de hospital particular. E, a partir do momento em que ele for desvinculado, vai virar um hospital daqueles que já se vê por aí, com macas pelo chão. Não foi esse preparo que tivemos. Para entrar aqui no HU, é um concurso puxado, nós recebemos muito treinamento, muitas reciclagens”, declarou.
Nesta quarta-feira, haverá nova audiência de conciliação na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), entre representantes da USP e do Sintusp. Na última quarta, não houve acordo na reunião no TRT.