Rio - A concentração de renda no país ficou praticamente estável no governo Dilma Rousseff, de 2011 a 2013. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem, revelou que não houve saltos de redução na desigualdade social na mesma proporção observada entre 2004 e 2009.
Segundo o Índice de Gini, que mede a distribuição da renda mensal das famílias — que soma os ganhos de todos os que moram no mesmo domicílio, obtida com trabalho, aposentadorias, pensões, aluguéis e programas de transferência de renda — houve crescimento da concentração de renda da população brasileira na passagem de 2012 para 2013.
O indicador saiu de 0,501, em 2011, para uma queda de 0,499 em 2012, e uma nova subida em 2013, ficando em 0,500. No índice de Gini,quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade.
A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, disse que a concentração de renda no Brasil ainda é alta. Ela lembrou que há três anos o indicador mantém tendência de estabilidade. Embora considere que, historicamente, o país evoluiu na direção da redução da desigualdade social, por meio dos programas de transferência de renda do governo, ela acredita que é preciso repensar as ações.
A Pnad mostrou que a renda dos mais ricos cresceu mais que a dos mais pobres. “O rendimento médio mensal dos 10% de domicílios com menor renda foi de R$ 460 em 2012 para R$ 470 em 2013 (mais 2,2%).
Na dos 10% com maior renda, foi de R$ 11.262 para R$ 11.758 (mais 4,4%)”, explicou a gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira.
Inserção aumenta a renda em todas as classes sociais
A Pnad revelou ainda expansão da renda em todas as classes sociais como reflexo do aumento da inserção no mercado formal de trabalho. A formalização passou de 57,8% em 2011 para 60,3%, em 2013. E o rendimento médio mensal real em 2013 cresceu de 5,7%, ficando em R$ 1.681.
Foi constatado aumento de 7,2% de desempregados de 2012 para 2013, equivalente a 6,7 milhões de pessoas, e a população ocupada cresceu 0,6%, para 95,9 milhões.
Já o grupo de pessoas que não trabalham e nem buscam emprego subiu 2,9%, ficando com 54,1 milhões.
E a indústria e a agricultura apresentaram reduções de pessoal, reflexo da crise no setor industrial e da mecanização do agronegócio.
População chega a 201,5 milhões
Em 2013, a população o Brasil foi estimada em 201,5 milhões de pessoas, 0,9% (1,8 milhão) acima de 2012. As mulheres eram 51,5%, e os homens, 48,5%.
A proporção do rendimento de trabalho das mulheres e dos homens passou de 72,8%, em 2012, para 73,7%, em 2013. Em média, em 2013, os homens receberam R$ 1.890 e as mulheres R$ 1.392.
A Pnad revela queda no número de analfabetos, de 8,7% em 2012 para 8,3% em 2013. O índice equivale a 13 milhões de pessoas.
O número de domicílios particulares em 2013 foi estimado em 65,1 milhões. Desses, 32,2 milhões (49,5%) têm computador, incluindo aparelhos portáteis. E 50,1% da população com mais de 10 anos, aproximadamente 86,7 milhões, usaram a Internet em 2013, com crescimento de 2,9% sobre 2012.
Aumentou também o número de famílias brasileiras com pelo menos um carro, de 42,5% para 43,6%, o que representa 1,3 milhão de veículos a mais. Também cresceu a quantidade de motocicletas, de 19,9% para 20% (175 mil a mais).
O número de domicílios com algum tipo de telefone cresceu 2,2 milhões, de 91,2% para 92,7%. Em 2013, 1,8 milhão tinha apenas a telefonia fixa. O número é igual ao aumento dos que contavam apenas com rede móvel, que eram 53,1% do total.