Mato Grosso do Sul - O naufrágio de um barco-hotel que fazia turismo de pesca no Rio Paraguai, em Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, na tarde de quarta-feira, pode ter sido provocado por um tornado, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Bombeiros encontraram três corpos. Onze pessoas estão desaparecidas.
O barco ‘Sonho do Pantanal’ tem bandeira paraguaia. Ele levava 16 turistas brasileiros e 11 tripulantes paraguaios. Cinco turistas e oito tripulantes se salvaram.
Equipes do Corpo de Bombeiros localizaram a embarcação e acharam dois corpos, cujos nomes não haviam sido identificados até o começo da noite. O primeiro corpo a ser encontrado foi do turista Sidinei Romano, 34 anos, segundo a Polícia Civil. Ele era de Sabáudia, cidade do norte do Paraná. Os turistas que estavam a bordo embarcaram na sexta-feira para turismo de pesca e terminariam o passeio hoje.
Cerca de 50 pessoas ajudam nos trabalhos de resgate em uma ação que envolve Marinha, Exército, Corpo de Bombeiros e polícias Civil e Militar. Este é o segundo naufrágio em dois dias no Rio Paraguai no Mato Grosso do Sul. Na terça-feira, uma embarcação da Armada Oficial Boliviana naufragou com 29 pessoas a bordo. Duas pessoas morreram.
Segundo o Inmet, é possível que um tornado tenha atingido Porto Murtinho, a 443 quilômetros de Campo Grande, na quarta-feira, e tenha provocado o naufrágio.
A meteorologista Neide Oliveira, do Inmet, disse ao site G1 que não pode confirmar a passagem do tornado pela cidade porque precisaria avaliar os danos causados pelo fenômeno, mas não descarta a possibilidade.
“Não se pode falar que é tornado simplesmente pela velocidade. Era uma área de instabilidade forte e a região estava com temperaturas muito altas. Havia transporte de umidade da Amazônia e mais a frente fria que estava no Paraguai e sul do Brasil. Juntou tudo isso e intensificou esse sistema e não se descarta essa possibilidade de tornado”, afirmou.
Segundo a meteorologista, o tornado ocorre em espaço pequeno, se desloca por uma área e só causa danos onde passa. Ela afirmou ainda que o mesmo sistema que atuou em Mato Grosso do Sul também atingiu o oeste de São Paulo, mas com ventos em menor velocidade.