Paraíba - Um homem apontado como mentor da "Barbárie de Queimadas", ocorrida em 2012, no Agreste da Paraíba, foi condenado a 106 anos e quatro meses de prisão, nesta sexta-feira. Eduardo dos Santos Pereira foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores, porte ilegal de arma e por realizar cinco estupros.
Na época, cinco mulheres foram estupradas durante uma festa de aniversário e duas delas — a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos — foram assassinadas, na cidade de Queimadas, por terem reconhecido os agressores. O episódio ficou conhecido como "Barbárie de Queimadas".
Eduardo foi o último dos envolvidos no crime a ser julgado. Outros seis homens já foram condenados e cumprem pena em regime fechado e três adolescentes foram sentenciados e cumprem medidas socioeducativas.
O advogado de defesa afirmou, antes de começar o julgamento, que Eduardo ficou preso em um dos quartos da casa onde o crime aconteceu e que a esposa dele foi uma das estupradas. Porém como prova, o promotor do caso relatou que exames mostram que projéteis retirados dos corpos das vítimas eram da arma que pertencia ao réu.
Além disso, o promotor disse que um dos adolescentes envolvidos teria recebido a visita de um suposto advogado, que ofereceu a quantia de R$ 50 mil para que a sua versão fosse alterada. A identidade do advogado é desconhecida, mas o promotor acredita que Eduardo tenha tentado subornar testemunhas com o intuito de mudar os resultados do júri.
O caso
De acordo com as investigações, os estupros foram planejados pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam chamado amigos para abusar sexualmente das mulheres convidadas para a festa de aniversário de Luciano. Segundo o processo, o estupro coletivo seria um “presente” para o aniversariante.
Seis homens — Luciano dos Santos Pereira, Fernando de França Silva Júnior, Jacó Sousa, Luan Barbosa Cassimiro, José Jardel Sousa Araújo e Diego Rêgo Domingues — foram condenados pelos crimes de cárcere privado, formação de quadrilha e estupro e cumprem penas entre 26 a 44 anos de prisão em regime fechado no presídio de João Pessoa. Três adolescentes também foram julgados e sentenciados a cumprir medidas socioeducativas.