Por bferreira

São Paulo - A presidenta da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, admitiu ontem, ao depor na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara de Vereadores da capital paulista que investiga os problemas de abastecimento na cidade, que já existe um contingenciamento de água. Ela disse que os bairros mais altos ou afastados não estão recebendo água à noite por causa da baixa pressão e calculou em 2% o percentual de moradores afetados pela medida.

Embora não use a palavra racionamento, Dilma Pena admite que a redução da pressão visa a diminuir perdas. Por isso, sugere que os moradores poupem água e façam reservas. “A falta de água depende da reserva. Se é adequada, a família não ficará sem água”.

Apesar da redução da distribuição, Dilma, com argumentos técnicos, insistiu em dizer aos vereadores que não há racionamento na capital, alegando que ele “é considerado quando se despressurizam 100% as redes de água. “Todas as áreas atendidas pela Sabesp em São Paulo estão com as redes pressurizadas”, afirmou a presidenta da Sabesp em seu depoimento.

O promotor de justiça do Meio Ambiente, José Eduardo Ismael Lutti, que investiga a falta d’água no estado, contestou os argumentos e os números de Dilma. “Isso é mentira. É m</CW>uito mais. O fato de chamar de racionamento ou não chamar não interessa nada, porque eles sabem que grande parte da cidade não recebe água durante a noite”, afirmou.

A presidente da Sabesp confirmou, no entanto, que há racionamento de água em várias áreas do estado. “Em algumas cidades está sendo praticado o racionamento. Essa é a medida mais simples para se tomar diante de e evento extremo”.

Carros surgem em represa

A redução do volume de água da represa do Atibainha em Nazaré Paulista, em São Paulo, que atingiu esta semana 1,46% do seu nível, deixou à mostra várias carcaças de carros que estavam submersas. Segundo a Polícia Civil, 20 veículos já foram avistados nas margens.

O primeiro foi encontrado em agosto, e a Delegacia Civil de Nazaré Paulista constatou que o veículo tinha sido roubado em 2002 em São José dos Campos. “A cada semana aparecem mais carros”, disse o delegado Luiz Carlos Ziliotti.

Ele suspeita que os carros tenham sido jogados na represa por ladrões e por pessoas que queriam receber o seguro.

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