Por tamara.coimbra

Rio Grande do Sul - A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira uma operação de combate à pedofilia em todo Brasil. A ação, denominada de Darknet, ocorre em 18 estados e no DF, e tem por objetivo confirmar a identidade dos suspeitos e buscar elementos que comprovem os crimes de armazenamento e divulgação de imagens e abuso sexual de crianças e adolescentes.

A operação está sendo coordenada no Rio Grande do Sul, e é deflagrada simultaneamente por 44 unidades da PF nos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

Policial investiga material apreendidoDivulgação / Polícia Federal

Outros mandados são cumpridos em Portugal, Colômbia, México, Venezuela e Itália. A ação conta com cerca de 500 agentes, que cumprem 93 mandados de busca, de prisão e de condução coercitiva. Pelo menos 16 pessoas foram presas até as 8h30 no país, sendo 5 no Rio Grande do Sul.

Pela primeira vez a investigação ocorreu através do rastreamento de pornografia infantil na chamada deepweb, espaço da Internet que não é acessado pelo usuário convencional e cujo conteúdo não aparece em sites de busca. Este meio é considerado seguro para que usuários divulguem anonimamente conteúdos variados. A arquitetura desse ambiente impossibilita a identificação do ponto de acesso (IP), ocultando o real usuário que acessa a rede.

Através de metodologia de investigação inédita e ferramentas desenvolvidas, os policias federais conseguiram quebrar esse paradigma e identificar, na Operação Darknet, mais de 90 usuários que compartilham pornografia infantil. De acordo com a PF, somente os agentes dos Estados Unidos e da Inglaterra, FBI e Scontland Yard, haviam realizado este tipo de trabalho.

No decorrer da investigação, iniciada há um ano, pelo menos seis crianças foram resgatadas de situações de abuso ou do iminente estupro, em diversos locais do Brasil. Em um dos casos, um pai relatava que iria abusar da filha assim que ela nascesse. Nesses episódios, policiais federais agiram e evitaram que as crianças permanecessem ou se tornasse vítima.

Em uma pesquisa que indica que entre os homens presos por posse de pornografia infanto-juvenil, 85% admitiram o contato sexual com crianças.

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