Goiás - Preso na noite de terça-feira em Goiânia, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, confessou à polícia ter matado 39 pessoas desde 2011. Entre suas vítimas estão oito moradores de rua, assassinados em 2013, 15 mulheres mortas a tiros nas ruas da cidade desde janeiro e homossexuais.
Ele foi detido quando se preparava para sair de casa, por volta das 18h, para ir para o hospital onde trabalhava como vigilante. Na residência, os policiais apreenderam uma moto, um revólver calibre 38 e duas placas roubadas de motos, que seriam usadas nos dias em que praticava os crimes para evitar a identificação.
Na confissão, Rocha, segundo a polícia, disse que não conhecia suas vítimas e que as matava porque sentia raiva. O diretor-geral da Polícia Civil de Goiás, João Carlos Gorsk, afirmou estar convencido que Rocha é o responsável pela série de assassinatos. “Trata-se de um psicopata”, afirmou Gorki.
O rapaz vinha sendo seguido por policiais há um mês, mas o pedido de prisão só foi apresentado depois que a polícia recolheu indícios de sua participação nos crimes. Entre o material recolhido estão imagens de câmeras de segurança e depoimentos de testemunhas que identificaram a moto usada por Rocha e confirmaram que ele tinha as características físicas do assassino.
Apesar da confissão, a polícia não confirma que ele seja o responsável por todos os crimes. Numa das cenas gravadas por câmeras e usadas como prova, ele aparece, de capacete, se aproximando de um morador de rua que dorme. Ao chegar perto do homem, ele saca a arma e atira contra a sua cabeça. Em seguida, foge de moto.
MORTES NO MEIO DA RUA
A série de assassinatos contra mulheres em Goiânia chocou o país e causou pânico na cidade. Um dos casos, em que foi morta Ana Lídia de Souza, de 14 anos, no dia 2 de agosto, foi registrado por câmeras.
Ela foi atacada quando caminhava para um ponto de ônibus por um motociclista que se aproximou e atirou sem dizer nada. A forma é a mesma usada em outros assassinatos na cidade.
Tiago Henrique Gomes da Rocha é solteiro, não tem filhos e morava com a mãe no Conjunto Vera Cruz, na Região Noroeste de Goiânia. Parentes dele que foram ontem no complexo de delegacias especializadas da capital goiana onde está preso, afirmaram estar espantados com o envolvimento dele nos crimes, porque era considerado uma pessoa pacata.
