Brasília - Fontes do Itamaraty revelaram, à BBC Brasil, que o Ministério de Relações Exteriores proibiu a entrada do americano Julien Blanc no Brasil. O rapaz é acusado de pregar a violência contra o sexo feminino, através de técnicas de como “pegar mulher” pela força física. De acordo com a BBC, o curso do americano foi alvo de repúdio pela Secretaria de Políticas para as mulheres da Presidência da República.

A BBC informou ainda que o Itamaraty reconhece que a proibição está sendo avaliada, mas não confirmou, até o momento, a decisão definitiva. Porém um dos diplomatas, que não quiseram se identificar, disse à emissora que a repercussão da história causou comoção dentro do Itamaraty e que vários setores pressionaram para que o visto fosse negado.
De acordo com uma das fontes da BBC, a proibição de Julien Blanc ocorre pelo reflexo da mobilização que ocorre na Internet. Num abaixo assinado do portal Avaaz, havia nesta quarta-feira 198 mil assinaturas, que serão encaminhadas à Divisão de Imigração do Itamaraty.
Segundo a Real Social Dynamics, empresa de relacionamentos, da qual faz parte, estão programadas palestras de Julien no Rio de Janeiro e Florianópolis entre os dias 22 e 31 de janeiro, em local ainda não definido. Semana passada ele foi deportado da Austrália, após a criação de petições online.
Em vídeos no YouTube, Julien orienta os participantes das palestras a usarem violência para conseguir sexo, sugerindo levar a cabeça das mulheres em direção ao pênis e beijá-las a força, segurando-as pelo cabelo ou pescoço. “Tais práticas afirmam a cultura machista. Não precisamos de um ‘professor’ disso”, critica a estudante de Nutrição, Júlia Alves, 18 anos, uma das que assinou a petição.