Rio - Dilma Rousseff (PT) e e Aécio Neves (PSDB) declararam ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terem e arrecadado e gastado, juntos, meio bilhão de reais. Somadas as contas das duas campanhas, a arrecadação foi de R$ 574 milhões e os gastos, de R$ 573 milhões.
Reeleita, a presidenta Dilma foi a que mais recebeu doações (R$ 350,8 milhões) e também a que mais gastou (R$ 350,5 milhões), de acordo com o números divulgado pelo TSE. Coordenadores da campanha petista informaram que ficou um saldo de R$ 169 mil. Pelos números do TSE, a sobra foi de R$ 261 mil. O dinheiro será repassado para o diretório nacional do PT e servirá para quitar a dívida de candidatos aos governos estaduais e ao Congresso.
Já Aécio Neves deixará para o partido, segundo dados oficiais publicados pelos TSE, uma dívida de R$ 550 mil em seu CNPJ. Se somadas as despesas do comitê financeiro e do partido, de acordo com o tesoureiro do PSDB, José Gregori, a dívida é de cerca de R$ 15 milhões. Gregori ponderou, porém, que o PSDB continuava a arrecadar, mesmo que o prazo para a última prestação de contas à Justiça Eleitoral tenha terminado ontem.
“São três ou quatro credores que já trabalham com o PSDB há muito tempo e sabem como trabalhamos. A dinâmica de datas das doações ultrapassam esse prazo fatal do TSE. O candidato Aécio , o partido e os credores estão tranquilos. Não há risco de calote. Há saldos de doações que continuam entrando”, afirmou Gregori. Aécio arrecadou R$ 222,9 milhões e gastou, com seu CNPJ, R$ 223,4 milhões.
Os maiores gastos dos presidenciáveis coincidiram e foram referentes a marketing, comunicação e deslocamentos Brasil afora.
Já a diferença entre ambos esteve no registro das suas doações. Aécio Neves recebeu a maior parte do dinheiro via Comitê Financeiro Presidencial e via próprio partido, enquanto Dilma recebeu direto no seu CNPJ de campanha.
Investigadas pela Operação Lava Jato, as empreiteiras contribuíram oficialmente para os dois presidenciáveis. Contabilizando apenas doações ao comitê financeiro e aos dois presidenciáveis, as empresas gastaram pelo menos R$ 44 milhões. Não entra nesta conta, entretanto, as doações legais ao partido ou a candidatos aos governos estaduais e ao Congresso, que repassaram dinheiro aos correligionários.
As informações disponíveis no TSE confirmaram ainda a declaração do dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que em depoimento ao Ministério Público Federal há duas semanas, afirmou ter destinado dinheiro à campanha do PSDB, a pedido de Sergio de Silva Freitas, ex-executivo do Banco Itaú e que, segundo disse Pessoa, era arrecadador da campanha do Aécio. Freitas, quando teve seu nome veiculado na imprensa, porém, afirmou que não participava de arrecadação, mas no “convencimento” de empresários.
Além da UTC Engenharia, doaram ao comitê financeiro de Aécio o grupo Queiroz Galvão (R$ 4,3 milhões), a Odebrecht (R$ 4 milhões) e OAS (R$ 4 milhões). Para Dilma, UTC (R$ 7,5 milhões), Engevix (R$ 1,5 milhão), Odebrecht (R$ 6 milhões), OAS (R$ 10,6 milhões) , Galvão Engenharia (R$ 2 milhões) e a Queiroz Galvão (R$ 3,5 milhões).