Por bferreira
Bulgária - Preso pela Interpol na Bulgária, acusado de integrar a facção radical Estado Islâmico, o jovem brasileiro de 18 anos, cuja identidade é mantida sob sigilo, está recebendo assistência consular do Itamaraty. Segundo representantes do próprio Ministério das Relações Exteriores, a embaixada do Brasil em Sofia, onde o rapaz está preso, já entrou em contato com ele.
Alegando respeito à privacidade de cidadãos brasileiros no exterior e de suas famílias, o Itamaraty diz não ter autorização para fornecer mais informações. Funcionários da Agência de Segurança Nacional da Bulgária, no entanto, identificaram o jovem pelas iniciais K.L.R.G.
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O brasileiro, que é da cidade de Formosa, em Goiás, foi preso na última segunda-feira, junto com dois marroquinos residentes na Catalunha, de 24 e 27 anos, quando tentava atravessar a fronteira da Bulgária com a Turquia, a caminho da Síria. A suspeita é de que os três iriam se unir ao Estado Islâmico na Síria, explicou o ministro do Interior catalão, Ramon Espadaler. Pelo menos 20 pessoas da província autônoma espanhola teriam viajado desde 2013 para o Oriente Médio com o mesmo propósito.
As detenções aconteceram depois de uma investigação da polícia catalã em colaboração com a Interpol. A Espanha emitiu um pedido de extradição para que o trio seja julgado por associação a uma organização terrorista, apesar de não ter chegado a se unir efetivamente ao Estado Islâmico. As autoridades garantem possuir informações suficientes para comprovar a intenção dos três presos, embora os jovens tenham dito que iriam apenas passar férias na Síria. Eles estavam sendo investigados desde junho, época em que ficou claro que os três haviam iniciado um processo de radicalização islâmica e tinham enviado mensagens a favor da jihad.
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De acordo com a imprensa espanhola, o brasileiro morava em Monistrol de Montserrat, na Catalunha, e chegou a trabalhar em um hotel. Os outros dois detidos viviam em Terrassa e Sabadell, nos arredores de Barcelona. Um deles tinha antecedentes criminais por roubo e estava desempregado. O outro fez cursos de carpintaria e tinha sido contratado para um emprego temporário.
Em Formosa, a rádio 92 FM está fazendo uma campanha para encontrar familiares e amigos do jovem, mas até agora ninguém apareceu para dar informações sobre K.L.R.G. Nas redes sociais da cidade só se fala no caso, que lembra o de Brian de Mulder, filho de uma brasileira que se converteu ao Islã em 2010, na Bélgica, e aderiu ao Estado Islâmico. Ele está sendo julgado por um tribunal belga por vínculo com rede terrorista.
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