Por felipe.martins, felipe.martins
Brasília  - Preso na última quarta-feira no aeroporto do Rio quando voltava de uma viagem à Europa, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró continuará preso na superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR). A Justiça Federal recusou ontem o pedido de liberdade feito por sua defesa. O ex-diretor da estatal e mais 13 envolvidos na Operação Lava Jato permanecem presos na carceragem da PF.

Na decisão que manteve Cerveró preso, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal (TRF), em Porto Alegre, afirmou que os “graves riscos à ordem pública e à aplicação da lei penal” justificam a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras.

Ex-diretor da área internacional da Petrobras%2C Nestor Cuñat Cerveró foi preso no início da madrugada desta quarta-feira ao desembarcar no Rio de JaneiroDivulgação / Agência Brasil

“Por mais que viajar ao exterior, sacar recursos de aplicação financeira, vender ou doar imóveis, isoladamente sejam fatos corriqueiros para qualquer cidadão, em se tratando de personagem notoriamente relacionado a fatos ilícitos e de grande repercussão, não se pode ingenuamente isolar tais condutas e acreditar que agiu mediante motivações rotineiras’, argumentou Gebran Neto. Ele considerou “no mínimo estranho” que Cerveró tente “dilapidar seu patrimônio pessoal no momento em que envolto em investigações criminais”.

Réu da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção, Cerveró foi preso depois de tentar sacar cerca de R$ 400 mil de uma previdência privada e transferir imóveis aos filhos.
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PF descarta existência de dinheiro enterrado na casa de Paulo Roberto
A Polícia Federal negou ontem a existência de dinheiro enterrado no gramado da casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, na Barra da Tijuca, no local onde havia uma piscina. Em nota, a PF afirma que “não foi encontrado qualquer indício de existência de compartimentos na área onde anteriormente havia uma piscina”. “Da mesma forma, não há indícios de ocultação de valores, documentos ou quaisquer itens no local”, diz a nota.
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Por duas vezes, os policiais fizeram buscas na casa munidos de aparelhos que permitem prospecção de até dez metros de profundidade. O equipamento não detectou nada de suspeito na área onde antes existia a piscina. “Equipamentos de perícia foram utilizados para ver se tinha algo embaixo, mas não apontou nenhum indício de ter um compartimento ali”, afirmou o delegado da PF Igor Romário de Paula.
As buscas foram feitas porque os investigadores da Operação Lava Jato tinham a informação sobre a suspeita apontada em 18 de novembro pelo policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca” — responsável pelo transporte de dinheiro a mando do doleiro Alberto Youssef.
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Reportagem publicada ontem pelo jornal “Folha de S. Paulo” diz que, em um dos depoimentos dados por Careca, ele afirmou ter ouvido a informação de que Costa teria aterrado a piscina de sua casa para ocultar dinheiro no local. A reportagem mostrou imagens aéreas da casa. Entre 2009 e 2010, a piscina sumiu.
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