Por tamara.coimbra
São Paulo - Além da falta de água nas torneiras, a crise hídrica começa agora a afetar também a distribuição de energia elétrica no país. Cidades de ao menos sete unidades federativas do Brasil e no Distrito Federal registraram cortes severos, na tarde desta segunda-feira. Todos determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão federal responsável pela coordenação e controle de geração e transmissão de energia elétrica no país.
Ao menos sete estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, além do Distrito Federal — registraram cortes nesta segunda. Os apagões chegaram a durar quase duas horas, afetando transporte público e o trânsito em cidades interioranas e também em capitais, como São Paulo, Rio, Goiânia e Curitiba.
Paulistas andaram perto da linha do metrô por causa de apagãoReprodução Instragram

A informação sobre a falta de energia em diversos pontos do estado surgiu com a proliferação de posts em redes sociais com reclamações de internautas a respeito. Logo, as empresas responsáveis pela distribuição começaram a divulgar notas sobre os problemas, que também atingiram cidades em outras unidades federativas.

Em São Paulo, ao menos menos duas estações de metrô — Luz e República precisaram ser fechadas durante o apagão, que afetou bairros como Campo Belo, Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Mariana. No interior, Campinas também registrou falta de energia elétrica em diversos bairros, bem como São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

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Concessionária responsável pela distribuição de energia em território paulista, a AES Eletropaulo divulgou nota na qual afirma ter cortado mais de 700 megawatts de energia distribuída devido à orientação do ONS. Por volta das 17h, os clientes afetados voltavam a receber o recurso.
A Light, que cuida da distribuição no estado do Rio de Janeiro, também confirmou o corte de energia, mas em 500 megawatts. A medida foi tomada pouco antes das 15h nas Zonas Norte e Oeste da capital, incluindo os bairros de Jacarepaguá, Taquara, Coelho Neto, Acari e Cordovil. Relatos de apagão também vieram de São Gonçalo, Niterói e outros 13 municípios. A empresa afirma que a medida foi aplicada por "alívio de carga".
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No Paraná, foi cortada por cerca de meia hora a carga de 320 megawatts, segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), mais da metade do total distribuído pela empresa ao estado todos os dias. O governo afirma que ao menos 300 mil pessoas foram afetadas.
Cerca de 320MW de carga do sistema elétrico do PR, 6% da carga da Copel, ficaram fora do sistema. Desligamento durou pelo menos 30 minutos.
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ONS se limita na explicação da falta de energia
Apesar das previsões de resposta rápida, o Operador Nacional do Sistema levou quase quatro horas para esclarecer os motivos que levaram sete estados e o Distrito Federal a ficarem sem energia elétrica, na tarde desta segunda-feira. Mas a explicação, apesar de um tanto vaga, veio, por meio de publicação no site do órgão federal às 18h45.
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De acordo com o ONS, restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação de consumo no horário de pico na área, levaram à redução de distribuição. O órgão não especificou quantas cidades foram afetadas, se limitando a afirmar que prejudicou "menos de 5% da carga do sistema".