Por felipe.martins, felipe.martins
Brasília - Relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) revelou que o piloto e o copiloto do jato que levava o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos não tinham formação adequada para dirigir a aeronave. O avião de Campos caiu em Santos em 13 de agosto do ano passado. Mais seis pessoas morreram, entre elas o piloto Marcos Martins e copiloto Geraldo Magela Barbosa da Cunha.

As investigações corroboram a suspeita de falha humana na queda do avião. Em 16 de agosto, O Dia antecipou que o jato havia caído devido a “manobras bruscas” do piloto. Segundo o chefe da investigação, o tenente-coronel Raul de Souza, os pilotos não tinham o treinamento exigido pela Agência Nacional de aviação Civil (Anac) para operar o jato. O piloto e o copiloto tinham habilitação para o jato Cessna quando começaram a operá-lo, em maio e junho, respectivamente. Mas em julho, uma norma da Anac restringiu a habilitação que eles tinham a alguns modelos desse fabricante.

Segundo o chefe do Cenipa%2C brigadeiro Dilton José Schuck%2C ainda é cedo para apontar as causas do acidente que matou o Eduardo CamposAgência Brasil

O usado por Campos, um C560XLS+, passou a exigir outro tipo de habilitação, que nenhum dos dois pilotos tinha. Depois do acidente, foi emitida, em novembro, uma recomendação de segurança para que a Anac fizesse uma maior fiscalização dos pilotos que operam esse tipo de aeronave.

“Para o comandante transitar de uma aeronave para a outra, precisava de um treinamento de diferença. Para o copiloto transitar de uma aeronave para outra, precisava de um curso completo”, explicou o coronel. Os militares envolvidos na investigação observaram que ainda é cedo para apontar as causas do acidente. Não há prazo para a conclusão das investigações. Em nota, a família do ex-governador Eduardo Campos informou que “apenas se pronunciará a respeito do assunto após a conclusão de todas as investigações atualmente em curso”.


Cenipa exclui falhas técnicas
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Mesmo sem ser conclusiva, a investigação do Cenipa descartou cinco hipóteses para o acidente: colisão com animais; choque com veículo aéreo não tripulado (Vant) que estava a 20 quilômetros do local; aeronave no dorso, ou seja, de cabeça para baixo; fogo em voo; e colisão com obstáculo em voo. A investigação não constatou falhas técnicas no jato.
O chefe do Cenipa, brigadeiro Dilton José Schuck, explicou que as investigações são divididas em três fases: coleta de dados, análise dos dados e conclusões. A primeira fase está praticamente concluída, e os técnicos estão começando a fazer as análises. Os investigadores ainda não estudaram qual a hipótese mais provável para o acidente. “Nenhuma hipótese foi desenvolvida ou criada”, disse o brigadeiro.
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