Por clarissa.sardenberg

Rio - A renúncia da presidenta da Petrobras, Graça Foster, e de cinco diretores da petrolífera foi publicada nesta quarta-feira na capa das edições online dos principais jornais internacionais. “A petrolífera perdeu bilhões em valor de mercado no ano passado com notícias sobre a extensão do esquema de corrupção. Promotores dizem que pelo menos US$ 800 milhões em propinas foram pagos por empresas de construção e engenharia, em troca de contratos superfaturados em bilhões”, publicou o norte-americano New York Times (NYT).

O NYT informou que a renúncia aconteceu após meses de especulações nos meios político e empresarial sobre a saída de Graça, geradas depois da divulgação do esquema de corrupção dentro da estatal brasileira. O principal jornal norte-americano diz ainda que o rebaixamento da nota de investimento da Petrobras por algumas agências de análise de risco sufocou ainda mais sua capacidade de contrair empréstimos nos mercados internacionais. A publicação lembrou que a Petrobras é a maior empresa brasileira, controla vários campos de petróleo e cria riqueza que alguns líderes esperam que impulsionem o Brasil ao status de país desenvolvido.

'Escândalo na Petrobras ameaça governo brasileiro'%2C diz britânico Financial TimesReprodução Internet

“A companhia, uma das maiores do Brasil e importante motor de investimentos no país, tem sido prejudicada por alegações de que seus diretores colaboraram com políticos e empreiteiros para desviar bilhões de dólares de seus projetos e operações. Embora Graça Foster não tenha sido acusada de envolvimento direto no escândalo, ela é acusada de ignorar denúncias de denunciantes internos sobre a fraude – alegações que ela nega veementemente”, publicou o inglês Financial Times, um dos mais influentes na área econômica.

No El Pais, foi destacada a perda de US$ 88 bilhões no valor contábil de ativos da empresa, que estão no foco das investigações, e o aumento do valor de suas ações com a confirmação da renúncia. Segundo a reportagem do jornal, a presidenta Dilma Rousseff precisa enfrentar pressões políticas e econômicas, e decidiu aceitar a renúncia da presidenta da maior empresa pública da América Latina.

A agência pública argentina Telam destacou que “a presidenta brasileira aceitou o pedido de renúncia de Maria das Graças Foster em meio aos escândalos de corrupção que salpicam a companhia e altos membros do governo e da oposição”. As manchetes sobre uma das maiores empresas do planeta, com mais de 80 mil funcionários e referência mundial em extração de petróleo em grandes profundidades, também ocupam as capas das edições online dos principais jornais da Alemanha, França, África do Sul e Rússia, entre outros países.

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