Rio - Desde ontem, quando prefeitos Brasil afora entregaram suas cidades ao Momo, o país se transformou na corte da folia. De Brasília, Dilma Rousseff (PT) fugiu para a Bahia. Não para subir o pelourinho ao som do Olodum ou para percorrer o circuito Barra Ondina, mas para curtir a tranquilidade da Base Naval de Aratu, em Salvador, para onde vai desde 2011, seu primeiro ano como presidenta. Dilma voltará no fim de tarde de terça. Deixou de plantão para emergências, em Brasília, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. O restante dos ministros aproveitará o feriado para viajar para suas cidades.
Dos que foram liberados, o único que admitiu cair na folia foi o ex-prefeito de São Paulo e ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Ele acompanhará hoje, no sambódromo paulista, o desfile das escolas do grupo especial. Não quis revelar, porém, para qual torcerá.
Ao contrário de Dilma, que relaxará entre banhos de sol e mergulhos no mar, o governador Luiz Fernando Pezão e o prefeito Eduardo Paes, ambos peemedebistas, não fugirão da folia.
Cada a um a seu modo se prepara para gastar todas as energias até a Quarta-feira de Cinzas.
Ontem mesmo, Eduardo Paes foi para o Sambódromo assistir ao primeiro dia de desfiles da Série A. Retornará hoje, e de novo amanhã, e novamente na madrugada de segunda para terça-feira, quando se encerrarão os desfiles do Grupo Especial.
Se tiver forças, e normalmente tem, entrará na bateria da Portela — a segunda a desfilar na segunda-feira. Desta vez, ao contrário dos anos anteriores em que se misturava aos ritmistas e retornava ao seu camarote, ele terá para si um instrumento para tocar com o grupo.
A Portela, sua escola de coração, é a única que levará para a Avenida um enredo em homenagem ao aniversário da cidade do Rio — “Imaginário, 450 janeiros de uma cidade surreal”. O prefeito torcerá duplamente pela Azul e Branca.
Pezão também estará na Sapucaí, mas apenas nas madrugadas de domingo para segunda e de segunda para terça, quando desfilam as agremiações do Grupo Especial.
Seu habitat mesmo é Piraí, garantem seus amigos. É na cidade do Sul Fluminense, onde nasceu e se formou politicamente, que o governador se sente à vontade. Não perdeu tempo e ontem mesmo partiu . Descansar? Não. Pezão gosta de Carnaval.
Lá, a folia rola solta desde ontem e vai até Terça-Feira Gorda, com festas, blocos e shows ao ar livre. Pezão, diz um amigo, vê as bandas passarem, desfrutando de sua clássica combinação de cervejinha gelada e o torresminho, recém-saído do óleo. “O governador é folião”, garantem os amigos.